É a opinião de Manuel Costa Monteiro, convidado desta semana do Entrelinhas da TSF.
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A participação de Portugal no México 86 foi uma das que teve os piores resultados de sempre da história da seleção portuguesa, nas competições internacionais. Num grupo com Marrocos, Inglaterra e Polónia, Portugal entra na competição com uma vitória por 1-0 sobre os ingleses, mas perde com os polacos e com os marroquinos, ficando pela fase de grupos da competição.
"Foi degradante, foi vergonhoso", lembra Manuel Costa Monteiro. Desde "um hotel que parecia um motel", ao controlo anti-doping de Veloso que afinal "não era positivo", a convocatória em que o selecionador deixou de lado Jordão e Manuel Fernandes, o "início da publicidade nas camisolas" e as ameaças de greve.
Manuel Costa Monteiro fez o último relato em 1985, quando Portugal discutia o acesso ao Mundial de 86, no México, para a RDP/Antena 1. O jogo era contra a Alemanha e podia valer a segunda presença de sempre de Portugal em Mundiais. Nesse encontro, Carlos Manuel foi o "herói de Estugarda", quando passou por "um, dois, três alemães" e marcou um "belo golo".
O percurso do agora comentador da TSF começou quase 20 anos antes, quando se estreou a fazer reportagem desportiva no Estádio do Mar, onde joga o Leixões.
Em 1973, Costa Monteiro estava nas Antas quando Pavão caiu inanimado no relvado, aos 13 minutos. Muita gente nas bancadas estava a acompanhar o jogo pela rádio, o que obrigou a que as palavras fossem muito bem medidas. "Houve um certo sobressalto" no momento em que se dá o incidente. "Houve uma certa contenção da minha parte, só no final do jogo é que soube que Pavão viria a falecer".
Nessa altura, a rádio atravessava um momento em que a Emissora Nacional, "rádio de fato e gravata" fazia o contraste a Renascença e a Comercial, num país onde "era difícil ser livre".