"Não está a mexer." Comerciantes de Portimão duvidam que Fórmula 1 traga movimento à cidade
Na baixa da cidade, por enquanto, as esplanadas estão quase vazias. Muitos restaurantes e lojas não acreditam que o Grande Prémio resulte numa mais-valia para a economia da cidade.
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O sentimento de Ana é comum a todos os comerciantes de Portimão. Aguardam sem grandes expectativas que a Fórmula 1 traga clientes e faça mexer a economia local. "Por enquanto, ainda nada, ainda não está a mexer", lamenta, enquanto tira uns cafés. Admite ter alguma esperança para os dias que aí vêm. "A gente espera que no fim de semana haja movimento."
E, de facto, na baixa da cidade, por enquanto, não se vê nem mais turistas estrangeiros, nem portugueses vindos de fora para assistirem ao Grande Prémio. Não há mais movimento do que o habitual. Apenas algumas - poucas - mesas das esplanadas estão com clientes.
Numa das pastelarias mais conhecidas de Portimão, Lafayete serve às mesas. Com poucas tarefas por fazer, tem tempo para estar de conversa com os clientes. Espera que a partir de hoje a Fórmula 1 traga mais movimento à baixa da cidade. "As pessoas estão a chegar hoje, espero que a partir de amanhã esteja mais gente."
Manuel Carmo tem uma opinião mais favorável e até otimista. A organização da prova, afiança ele, já está a repercutir-se na cidade. "Então não se nota?", questiona. "Há uma semana, não havia metade das pessoas", garante. "Os hotéis da zona estão quase cheios", conta.
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Sentado numa esplanada, Paulo Alexandre revela que comprou bilhetes para os três dias, num total de 380 euros, para ver os treinos e o Grande Prémio no Autódromo Internacional do Algarve. Acredita que tudo vai correr da melhor forma. "É preciso cumprir com todas as medidas em vigor, máscara, distanciamento social e nem se pode levar lá para dentro água", indica.
No entanto, este cidadão de Portimão está convencido de que os aficionados de Fórmula 1 procurarão mais a cidade de Lagos para ir a restaurantes e lojas, visto que dista menos quilómetros do Autódromo.
Também Cristina Marques mostra-se descrente sobre uma repercussão positiva que a prova possa trazer à economia da cidade. Julga que as equipas de Fórmula 1 e turistas ficarão mais pelos hotéis e pouco gastarão cá fora. E, a julgar pela sua loja de artesanato, que está vazia de gente, pouco ou nenhum negócio se fará. "De qualquer maneira, nós estamos cá, à espera deles", afirma desalentada, ainda com esperança que este fim de semana especial traga algum movimento à cidade.