A seleção que vai jogar com Portugal representa um país com uma economia estagnada, desemprego elevado, uma população envelhecida e que ostenta o título de pátria onde nasceu a gravata.
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A história diz que foram mercenários croatas contratados por Paris que apresentaram pela primeira vez a gravata à corte francesa de Luís XIV no século XVII.
Seria esse pedaço de tecido croata, atado ao pescoço, com laços, em que a qualidade do tecido variava conforme a patente dos soldados, que se espalharia pela nobreza de França e que hoje ocupa a camisa de qualquer homem que no mundo queira parecer... respeitável.
Arijana Medvedec, uma croata que vive há quase 30 anos em Portugal, explica que a gravata é hoje um dos símbolos da identidade do país. Uma nação com uma história de séculos, mas cuja independência só foi declarada faz no próximo sábado, dia do jogo com Portugal, 25 de junho, 25 anos.
Arijana, que é professora no Instituto Piaget, em Lisboa, explica que a Croácia que hoje encontra quando vai ao seu país de origem nas férias é muito diferente daquela que abandonou antes da declaração de independência.
A Croácia modernizou-se, entrou na União Europeia, mas sofre de problemas crónicos. Nos últimos anos o país esteve em recessão, em 2015 o PIB só cresceu 1,6% (praticamente o mesmo que Portugal) e a taxa de desemprego é a terceiro mais elevada da Europa (16,3%).
Arijana Medvedec acrescenta que em consequência das debilidades económicas o país tem muita emigração, jovens que procuram um futuro melhor fora das fronteiras, e nos últimos tempos tem surgido uma nova e importante discussão: as mulheres croatas têm poucos filhos e a população está a envelhecer.