"Não há enquadramento para punir Sérgio Conceição" por recusar abandonar o relvado
Lúcio Correia diz à TSF que o único artigo que prevê "o não acatamento das ordens de um árbitro" refere-se a dirigentes e não a treinadores.
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O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, recusou abandonar o relvado depois de ter sido expulso pelo árbitro esta quarta-feira na Supertaça, mas Lúcio Correia considera muito complicado castigar o técnico portista.
"Temos aqui uma situação muito complicada. Perante o não acatamento das ordens de um árbitro, está prevista uma suspensão que vai de três meses a um ano. Mas atenção, é para o dirigente e não para o treinador", alerta Lúcio Correia, professor de Direito do Desporto na Universidade Lusíada de Lisboa, em declarações à TSF.
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Por isso, o especialista em Direito do Desporto só vê duas opções: "Ou o Conselho de Disciplina enquadra a situação de ontem naquele artigo, que para mim só pode ser para o
dirigente desportivo e não para o treinador, ou então vai considerar aquele comportamento como uma agravante pelas ofensas que ele tenha preferido."
O FC Porto perdeu na quarta-feira a Supertaça Cândido de Oliveira para o Benfica, tendo sido derrotado por 2-0. Sérgio Conceição, já com o resultado final no marcador e depois de ter visto Pepe ser expulso e um golo de Galeno ser anulado, protestou uma falta a meio-campo sobre Di María e também ele viu o cartão vermelho.
Contudo, o treinador dos dragões recusou sair imediatamente do relvado e só o fez depois de o árbitro pedir a Marcano (capitão de equipa no momento) para o aconselhar a sair e de o próprio Luís Godinho ter ido falar com Sérgio Conceição.