Noronha Lopes diz que Rui Costa "andou desaparecido" e defende aposta em "futebol dominador que empolgue os adeptos"
Em entrevista à TSF, o candidato à liderança das águias considera também que a direção do Benfica errou ao retirar-se da discussão da centralização dos direitos de transmissão dos jogos de futebol
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João Noronha Lopes afirma que Rui Costa "andou desaparecido" até apresentar José Mourinho como novo treinador. Em entrevista à TSF, o candidato à liderança do Benfica considera que o atual presidente das águias deve explicações aos adeptos e sócios.
"Rui Costa tem a legitimidade, enquanto presidente, de tomar as decisões para que o Benfica possa ganhar mais. Aquilo que tem faltado a Rui Costa não é falar com os candidatos, é ouvir os sócios e é explicar as suas decisões. Rui Costa andou desaparecido durante semanas, nessas semanas o Benfica perdeu quatro finais, Rui Costa não deu uma palavra aos benfiquistas", considera Noronha Lopes.
O candidato refere que, normalmente, Rui Costa "viria explicar o mercado e que decisões tinha tomado". "Este ano, não será por acaso que não o veio fazer", refere, sublinhando que "aquilo que falta a Rui Costa é explicar aos benfiquistas o seu projeto": "Porque muda de treinador todos os anos, explicar porque há um carrossel de jogadores e de treinadores todos os anos, explicar quais são os seus critérios de investimento e qual a sua estrutura."
Questionado sobre o futuro da equipa, João Noronha Lopes acredita que não basta ao Benfica vencer para convencer os adeptos.
"Os adeptos do Benfica querem que o Benfica ganhe, mas querem que o Benfica jogue à Benfica. O Benfica não se pode limitar a ganhar, tem de ter um futebol que empolgue os adeptos, que seja um futebol de posse, dominador e que seja fiel àquilo que nos fez grandes em Portugal e na Europa. Queremos ganhar, mas queremos ganhar a jogar bem", argumenta.
Noronha Lopes reforça que a direção do Benfica errou ao retirar-se da discussão da centralização dos direitos de transmissão dos jogos de futebol. "Rui Costa apoiou Pedro Proença, que fez os clubes sonhar com valores da ordem dos 300 milhões de euros, que eram completamente irrealistas. Durante quatro anos não se fez rigorosamente nada para os direitos televisivos, e, agora, à última hora, aparece um anteprojeto para tentar resolver à pressa aquilo que não foi resolvido em quatro anos", lamenta.
Assinala ainda que não irá aceitar "nenhum projeto de centralização que implique que o Benfica vá perder valores na ordem dos 20 milhões de euros por ano".
"Não aceito, porque o Benfica é o maior clube português, é aquele que enche os estádios, é aquele que tem mais audiências na televisão, é aquele que dinamiza o comércio local, e, portanto, o Benfica apenas quer aquilo a que tem direito, enquanto maior clube português. O que eu não aceito é que o Benfica esteja tacitamente a apoiar uma solução e depois se retire do processo. Foi um erro do Benfica ter-se retirado do processo. E retira-se do processo numa altura em que há um projeto que é entregue, em que o Benfica é informado sobre esse projeto. Demite-se completamente de defender os seus direitos", acrescenta.