O Benfica de Rui Vitória tem até ao momento um desempenho superior ao alcançado pelas equipas encarnadas que foram campeãs com Jorge Jesus, em 2010, 2014 e 2015.
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Até ao momento, em termos estatísticos, o Benfica está a realizar uma das dez melhores ligas da sua história, muito perto dos 86% de aproveitamento pontual (85 pontos em 33 jogos). Este é o 10º melhor registo de aproveitamento pontual no campeonato na história do Benfica
O Benfica de Rui Vitória tem até ao momento um desempenho superior ao alcançado pelas equipas encarnadas que foram campeãs com Jorge Jesus, em 2010, 2014 e 2015. Isto apesar de todas elas terem atingido mais de 80% de aproveitamento pontual.
Curiosamente, só não bate o Benfica de Jesus que não foi campeão em 2012/13 e que conquistou 86% dos pontos possíveis, 1% menos do que o Porto de Vítor Pereira.
O Benfica não é, no entanto, a equipa com menos derrotas: tem 4, mais 2 do que o Sporting. Mas soma apenas 1 empate - algo raríssimo num campeonato inteiro. Aliás, se o Benfica não empatar o último jogo e for o vencedor final, será a primeira vez, desde 1948 (Sporting), que teremos um campeão com tão poucos empates. E nessa altura a prova era composta por 26 jornadas.
Um dos grandes segredos do excecional campeonato do Benfica tem sido o rigor nos encontros com os não-grandes. Até esta altura, perdeu somente 5 pontos perante estes adversários: 3 em Arouca e 2 na Madeira, com o União.
Uma proeza que pode entrar mesmo para a história da liga portuguesa se o Benfica não ceder pontos no jogo que lhe falta. Nos últimos 40 anos apenas uma equipa perdeu menos do que 5 pontos perante os pequenos: foi o Porto de André Villas Boas, que na Liga 2010/11 apenas cedeu 4 pontos, correspondentes a 2 empates (a 1 golo em Guimarães e a 3 golos em casa com o Paços de Ferreira).
E para encontrarmos uma marca ainda mais impressionante, temos que recuar até 1973, a esse Benfica implacável de Jimmy Hagan que então garantiu o tricampeonato com apenas uma escorregadela perante uma equipa não grande: o empate a zero golos em casa do Atlético.
Igualmente notável é o atual percurso do Benfica perante os não-grandes em casa. 14 jogos - 14 vitórias. Mantendo aliás uma tendência que vinha da época passada. Assim, nas duas últimas ligas, apesar de o Benfica não ter vencido os outros dois grandes no seu reduto, a verdade é que não perdeu pontos com mais nenhum oponente. Em 29 jogos de campeonato disputados em casa nas temporadas 2014/15 e 2015/16 perante equipas não-grandes,o Benfica é totalista de vitórias: 29!
E não se fica por aí: nestes encontros apontou um total de 94 golos, a uma média superior a 3 por jogo, garantindo 16 goleadas, o que em 29 jogos, representa mais de 50%. Finalmente, nestas 29 partidas, os encarnados sofrerem apenas 12 golos e mantiveram a sua baliza inviolada em 19 ocasiões. Compreende-se portanto que perante o Nacional o favoritismo encarnados seja total.
Séries
A melhor série do Benfica no campeonato é a atual: 11 triunfos consecutivos (entre a 23ª e 33ª), igualando a sua melhor marca dos últimos 25 anos, que pertencia às equipas de Jesus de 2010/11 e 2013/14.
Assim, se vencer na última jornada, além de ganhar o tricampeonato, este Benfica de Rio Vitória atinge os 12 triunfos seguidos na prova, algo que não se vê na Luz desde 1991, sob o comando de Erickson.
Igualmente assinalável são as 19 vitórias em 20 encontros (da 14ª à 33ª jornada, sendo a única derrota a sofrida em casa com o Porto na jornada 22), que deram autenticamente a volta ao campeonato, dado que possibilitarem a ultrapassagem ao Porto (primeiro) e ao Sporting (depois)
A pior série encarnada registou-se bem cedo na prova: 3 derrotas (em Arouca e no Porto, e com o Sporting em casa), e 4 vitórias, nos primeiros 7 jogos.
Ataque e defesa
Este Benfica tem ainda mostrado um ataque demolidor no campeonato. 84 golos em 33 jogos. A uma elevada média de 2,5 golos por jogo, praticamente ao nível do Benfica mais goleador dos últimos anos: o de Jorge Jesus, campeão de 2010 (2.6 por jogo). Para encontrar melhor na Luz é necessário recuar ao Benfica de Eriksson de 1984 (2.8 por jogo).
Os encarnados já passaram a dezena de goleadas: 11 vitórias por três golos ou mais de diferença, mas ainda estão a duas do seu registo na liga da época passada.
Para este excelente registo goleador contribuiu acima de tudo um bom aproveitamento dos remates efetuados: 16,6% (2.5 golos em média por jogo / 15.3 remates em média por jogo)
O Benfica conseguiu ainda 11 golos resultantes de remates de fora da área e 17 golos de cabeça, o que se justifica também por um modelo de jogo que aposta muito nos cruzamentos para a área.
Os encarnados apontaram 19 golos através de lances de "bola parada", o que corresponde a 22.6% do número total de golos no campeonato (Livre direto: 2; Livre indireto: 3; Lançamento de linha lateral: 1; Canto: 6; Penálti: 7 (todos apontados por Jonas)
Acrescente-se que o Benfica teve 3 autogolos a favor e enviou 15 bolas aos ferros das balizas adversárias.
Igualmente impressionante é o registo defensivo da equipa de Rui Vitória na Liga: 21 golos sofridos em 33 jogos. Conseguindo ainda 17 jogos sem sofrer golos (ou seja, mais de metade dos encontros disputados até ao momento).
Destaques individuais
Jonas: melhor marcador e jogador mais influente do campeonato com 31 golos e 11 assistências. O que representa 42 participações em golos (50% do total dos golos do Benfica). É ainda o jogador da Liga que mais vezes bisou (10) e o que tem mais penáltis marcados: 7.
Jonas é também o mais utilizado do Benfica: totalista da prova com 33 jogos (2760 minutos), algo raro num avançado.
Dupla Jonas - Mitroglou: a melhor na Luz desde há muitos anos. Em conjunto têm 51 golos marcados (31 de Jonas e 20 de Mitroglou), o que representa 61% dos golos do Benfica.
Ultrapassaram assim a marca da dupla encarnada mais prolífica nos últimos 40 anos da liga portuguesa. A constituída por Nené e Reinaldo, que marcaram 45 golos em 79/80, num campeonato com 30 jogos, enquanto neste momento o Benfica cumpriu apenas 28 encontros da presente liga.
Para se perceber até que ponto a parceria Jonas - Mitrogou está a fazer história, os seus 52 golos são já o terceiro melhor registo absoluto de sempre de uma dupla encarnada no campeonato. A melhor marca benfiquista de sempre, 59 golos, é repartida por duas duplas: Jordão e Néné, nos 30 encontros da liga 75/76, e Eusébio e Torres que também marcaram em conjunto 59 tentos, mas nos 26 jogos do campeonato 67/68.
Jimenez: jogador do campeonato com mais golos apontados como suplente: 4.
Gaitán: apesar de ter realizado apenas 24 jogos, é o melhor "assistente" do Benfica e o segundo do campeonato, com 14 passes para golo.
Renato Sanches: melhor aproveitamento pontual do campeonato, com 93% dos pontos possíveis, enquanto o Benfica sem Renato Sanches se fica pelos 66%.