O rescaldo do Portugal-Espanha, por Mário Fernando.
Corpo do artigo
O Tal. Compreendo perfeitamente quando Neymar diz que é o melhor do jogador do mundo. Acrescenta o brasileiro que isto se deve ao facto de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi serem extraterrestres. Faz sentido.
No caso do português, depois da final de Sochi (permitam-me chamar-lhe final, sem aspas, porque aquilo que se viu esteve muito acima de um simples jogo da fase de grupos) nem há que hesitar. Não é possível fazer a História do futebol sem ele.
A CR só faltava um show de magia como aquele no palco de um Mundial, para que o planeta agradecesse a alguém que "não é" deste mundo. Pode ficar a legítima sensação de que, sem ele, Portugal perderia o confronto com a Espanha, mas a verdade é que uma seleção é o resultado da soma entre o poder coletivo e o individual. No coletivo ganharam eles; no individual ganhámos nós. E Ronaldo, sozinho, pesou tanto como a Espanha toda junta.
O Ideal. O resultado foi excelente, porque quem consegue não perder com uma potência mundial (pois, convém não esquecer aquilo que a Espanha é), estando em desvantagem à beira do fim, só pode dar-se por satisfeito.
Mas há um mérito que também não pode ser secundarizado. Portugal, mesmo com as suas debilidades (o "eixo" Alba, Iniesta, Isco, a dada altura, deixou Fernando Santos à beira de um ataque de nervos), conseguiu abanar sem se desmoronar depois de o adversário passar para a frente do marcador. Talvez a Espanha tenha pensado que conservar a bola seria suficiente com uma vantagem tangencial, mas isso nunca é seguro quando há um génio a alinhar do outro lado.
Crucial. Antes desta jornada, Portugal só podia pensar em vencer as duas partidas que se seguem, pela óbvia razão de ser favorito em ambas. Mas, agora, pensar apenas já não chega. A intenção passou a obrigação, porque o Irão derrotou Marrocos e as contas têm de ser feitas de outra forma.
O desafio com os africanos é crucial porque a seleção não pode chegar à última jornada com menos de quatro pontos. Sendo que, para os marroquinos, qualquer resultado que não seja o triunfo pode significar um adeus prematuro ao Mundial. A equação é esta. Mas Fernando Santos sabe, melhor do que ninguém, que uma caminhada de sucesso depende precisamente destes momentos.
Hum...Fez bem a FIFA ao introduzir o vídeoárbitro nos Mundiais. Só esperamos - todos - que não se repita a "gaffe" que foi ignorar o braço de Diego Costa na cara de Pepe. Claro que chamar-lhe "gaffe" é um eufemismo...