A Polícia Judiciária fez buscas esta quinta-feira no Estádio da Luz, por suspeitas de crime de corrupção ativa e passiva. Esta história começou na noite de 6 de junho, no Porto Canal.
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Na noite de 6 de junho o diretor de comunicação do FC Porto denunciou um alegado esquema de corrupção para beneficiar o Benfica. Foi aí que começou o filme que esta quinta-feira culminou nas buscas da Polícia Judiciária no Estádio da Luz, por suspeita de crimes de corrupção ativa e passiva. À hora de almoço, o Benfica emitiu um comunicado onde declarou que a "ação só peca por tardia".
Ricardo J. Marques disse nessa noite de junho que nesse esquema estaria envolvido o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que é referido nos emails como "o primeiro-ministro", enquanto os árbitros são designados como "padres".
Segundo o dirigente do FCP, nesses emails estão identificados vários árbitros que terão beneficiado o Benfica na temporada de 2013/14. Em reação, fonte do Benfica, citada pelos jornais Jogo e Record, considera que esta acusação é absurda e que "o absurdo não merece comentários". O clube da Luz, aliás, repudiou na altura a "absurda insinuação", garantindo que avançaria com processo-crime por difamação.
No dia 8 de junho, o diretor de comunicação do FCP entrou no Fórum da TSF e garantiu que havia "mais material". Ricardo J. Marques saudou nessa manhã a entrada em campo da Federação Portuguesa de Futebol e Conselho de Disciplina e admitiu que tem mais material para entregar às autoridades. Nesse mesmo dia o Benfica saudou todos os inquéritos que pudessem esclarecer as acusações ao clube.
Uma semana depois (15/06), o DN noticiou que os tais emails já estariam na posse do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa. O diário noticiava então que o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, a quem a Procuradoria-Geral da República entregou o inquérito, depois de receber uma denúncia anónima, ainda não pedira a intervenção da unidade nacional contra a corrupção da Polícia Judiciária.
Um dia depois (16/06), Luís Bernardo afirmou que os emails não comprometiam o clube. Nessa mesma data, a Liga de Futebol pedia serenidade e celeridade para resolver o caso.
No dia 23 de junho, o FCP entregou os emails à PJ e o seu diretor de comunicação foi ouvido, enquanto a Federação Portuguesa de Futebol disponibilizou à PJ e PGR as classificações e nomeações dos árbitros desde 2011.
O filme deu um saltou para outubro (dia 13), com o Tribunal do Porto a rejeitar a providência cautelar apresentada pelo Benfica. O clube lisboeta anunciou nesse dia que ia recorrer para o Tribunal da Relação.
Uma semana depois, este caso desagua nas buscas da PJ ao clube e elementos do mesmo. Segundo um comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, entraram em ação 28 elementos da PJ, quatro magistrados do MP e dois juízes de instrução". O caso assenta em suspeitas de crimes de corrupção passiva e ativa.