O fim de uma era no FC Porto: quais devem ser as prioridades de André Villas-Boas?
André Villas-Boas foi eleito como o novo presidente do FC Porto. O tema subiu a debate no Fórum TSF.
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O último sábado foi "um dia feliz". É desta forma que Carlos Tê, letrista, escritor e adepto do FC Porto, comenta a vitória de André Villas-Boas para a presidência do clube. No Fórum TSF, Carlos Tê pediu a transparência do presidente eleito.
"Deve dar prioridade, precisamente, ao clima de suspeita. Acho que deve ver o que está bem e o que não está, reunir-se com a sua equipa, ver se há fumo sem fogo ou se esse fumo tem a ver com coisas menos interessantes feitas à volta das finanças do clube. Eu também não gostei enquanto adepto de ver uma série de ações de política, de facto consumado, como a questão dos terrenos na Maia, uma coisa que andou durante muito tempo sem ser feita. É preciso que o FC Porto se pergunte a si próprio como é que o Benfica e o Sporting têm grandes centros de treino e, apesar de todas as vendas e todas as coisas fantásticas que fez no passado não soube investir. Ninguém sabe onde é que estão esses lucros, esses dinheiros", afirmou.
Também ouvido no Fórum TSF, José Guilherme Aguiar, antigo dirigente do FC Porto, destacou os desafios que se colocam a André Villas-Boas.
"O passivo do Futebol Clube do Porto, os prejuízos financeiros que vai tendo época a época, as situações de grande carência na tesouraria... esse é que será o grande desafio de André Villas-Boas. Espero que ele tenha sucesso, eu não o conheço enquanto gestor, enquanto dirigente, conheço-o como treinador e sempre tive uma grande simpatia e um apreço por ele. Mas não tenho dúvidas que ele tem um desafio enorme à sua frente e para os quais os associados do Futebol Clube do Porto esperam convictamente que ele possa resolver", considerou.
Domingos Paciência, antigo jogador do clube azul e branco e apoiante de Pinto da Costa, referiu que a maior prioridade de Villas-Boas deve ser os resultados desportivos.
"É muito mais fácil gerir sobre bons resultados desportivos e essa terá de ser a preocupação do André, na minha opinião. No imediato, é resultados desportivos para poder fazer a gestão do clube. Ele disse que demoraria muitos anos a recuperar financeiramente o clube, mas é evidente que desportivamente terá sempre de estar a um nível que permita pensar sempre também em rentabilizar ao máximo os seus ativos e por isso é que eu digo que desportivamente é importante estar bem. Depois há coisas boas, há coisas más, coisas que vieram a público que, de certa forma, os adeptos não gostam de ver a serem falados publicamente, mas o André melhor do que ninguém saberá gerir essas situações", acrescentou.
