De acordo com a polícia federal brasileira, membros do Comité Olímpico Internacional, a quem competia escolher a sede dos Jogos Olímpicos do ano passado, foram corrompidos por empresários cariocas.
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O então presidente da Federação Internacional de Atletismo, o senegalês Lamine Diack, teria sido um dos jurados comprados, a troco de dois milhões de dólares.
Quem o comprou, ainda de acordo com as investigações da polícia federal brasileira e da homóloga francesa, foi a empresa Facility, uma prestadora de serviços do governo do Rio de Janeiro, na altura liderada por Sérgio Cabral, um dos mais ilustres detidos na operação Lava Jato, que pagou a Diack, através de uma conta na Antígua e Barbuda.
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A Facility, pela natureza do seu modelo de negócio, estava muito interessada que o Rio de Janeiro sediasse os Jogos Olímpicos, como veio a suceder.
Eliane Cavalcante, ex-sócia da empresa, foi detida ontem, no seu luxuoso apartamento no Rio. O outro sócio da Facility, Arthur Soares Filho, conhecido no mundo dos negócios como "Rei Arthur", está foragido e sob alerta vermelho da Interpol.
A última pista do Rei Arthur, que mora em Miami mas tem casa numa região nobre de Paris, foi em Lisboa, de onde teria embarcado no dia 24 de agosto para Pittsburgh, nos Estados Unidos. As autoridades norte-americanas acreditam que o "Rei Arthur", entretanto, fugiu a bordo de um dos seus iates a partir de Miami.
Apartamentos e automóveis de luxo, aviões a jato e contas bancárias milionárias dos envolvidos na operação foram entretanto bloqueados pelo Ministério Público do Brasil.
E Carlos Nuzman, presidente do Comité Olímpico Brasileiro, apontado como intermediário entre corruptores e corrompidos, teve a sua casa no bairro do Leblon alvo de buscas e presta depoimento na sede da Polícia Federal.