Em declarações à TSF, o líder da Federação Portuguesa de Judo lembra os tempos em que a atleta saía do tapete e "chorava", até que um dia, "naquelas conversas", lhe disse: "Eu não vou desistir. É isto mesmo que eu quero"
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O presidente da Federação Portuguesa de Judo, Sérgio Pina, acredita que a atleta Patrícia Sampaio ainda vai dar "muitas mais alegrias" a Portugal.
A judoca sagrou-se este sábado campeã europeia em -78 kg, ao vencer na final da competição que decorre em Podgorica, no Montenegro, a alemã Anna Monta Olek.
Em declarações à TSF, Sérgio Pina elogia a grandeza do trabalho da atleta e destaca o "foco" de Patrícia Sampaio, que "põe tudo o que tem quando entra nestas competições".
"O foco dela sempre foi, é e há de ser a medalha de ouro e hoje foi uma alegria enorme. Foi um dia com muito stress", conta, revelando que esteve o dia todo a acompanhar a prova que terminou com "chave de outro".
Olhos postos no futuro, o líder da federação lembra que há "duas medalhas" que faltam à judoca: o ouro nos Campeonatos do Mundo e nos Jogos Olímpicos. Ainda assim, está "convencido" que a atleta tem todas as condições para atingir esse propósito.
"Conheço a Patrícia da altura ainda jovem. Saía dos estágios, fazia treinos e, quando saía do tapete, chorava e voltava para o tapete. Um dia, naquelas conversas, disse-me: 'Eu não vou desistir. É isto mesmo que eu quero.' Sem estar aqui a ter algum desprimor para os outros [atletas], hoje é o dia da Patrícia e estou convencido de que muitas mais alegrias esta menina vai dar ao judo nacional e a Portugal", confessa.
Numa final que opôs as duas primeiras favoritas, Sampaio, primeira cabeça de série, garantiu o seu primeiro título europeu depois de um combate que resolveu por ippon, a 02.21 minutos do final. Antes da final, a portuguesa, que foi bronze olímpico em Paris 2024 e que em Europeus já tinha uma medalha de bronze, em 2023, em Montpellier, derrotou a finlandesa Emma Krapu, a russa Slaviana Rylkevich e a francesa Audrey Tcheumeo, todas por ippon.
Patrícia 'sem medo' podia ser a designação certa para a judoca, que - sobretudo desde a medalha olímpica e afastada uma má fase de lesões - tem demonstrado ser o nome mais forte do atual panorama da modalidade em Portugal.