O selecionador nacional tinha prometido responder às criticas de Manuel José e Carlos Queiroz e, esta noite, em entrevista à RTP, acusou os dois treinadores de terem falado do que não sabiam.
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Quando confrontado, esta noite, em entrevista à RTP, com as críticas feitas pelos dois treinadores, o selecionador Paulo Bento respondeu que «não tiveram [Manuel José e Carlos Queiroz] o comportamento que deviam ter tido, até porque são ambos ex-selecionadores, um que esteve vários anos na Federação e outro não sei se alguns dias ou meses».
Para Paulo Bento houve «um aproveitamento pouco ético e sensato» por parte desses dois colegas, acima de tudo «por terem falado de algo que não conheciam» e por o terem acusado de ser «o responsável pelo planeamento, quando não sabiam como se treinava, como se perspetivavam os jogos».
Quanto às críticas ao desfile na despedida de Óbidos ou a visita à Fundação Champalimaud, o treinador rebateu-as, alegando, no primeiro caso que se tratou de agradecer e reconhecer as condições criadas à seleção para desenvolver o seu trabalho, e no segundo que a visita àquela instituição «é mais importante do que qualquer jogo de futebol ou campeonato de Europa».
Em sua defesa, Paulo Bento aludiu aos tempos que se seguiram à sua saída do Sporting, durante os quais escrevia uma crónica num jornal e era comentador televisivo, sem que nunca se tivesse «metido ou intrometido no trabalho da seleção nacional», porque para o fazer «é preciso saber o que se está a criticar».
«Não sei se eles [Manuel José e Carlos Queiroz] foram iguais ou se um apanhou boleia do outro. O que sei é que eu seria incapaz de falar sobre qualquer comportamento sem estar por dentro do que se passou. É o mínimo», disse Paulo Bento, que admitiu «ser criticado, tal como o é o Presidente da República».
No entanto, contrapôs que, «para se criticar, é preciso ter conhecimento dos factos», invocando como exemplo da sua tolerância face à opinião alheia as críticas que lhe fizeram por «Cristiano Ronaldo não ter sido o primeiro a bater os penaltis em vez de João Moutinho».
O que «não admite» é que treinadores que já desempenharam idênticas funções na seleção «ataquem colegas de profissão sem conhecimento de causa».