
Paulo Bento
Global Imagens/Gustavo Bom
Em entrevista à TVI24, o selecionador nacional disse ainda que nunca pôs o lugar à disposição, falou do impacto negativo do jogo frente à Alemanha e voltou a admitir que a participação da seleção portuguesa no Mundial2014 tem de ser vista como negativa.
Corpo do artigo
O selecionador português de futebol, Paulo Bento, reconheceu hoje, em entrevista à TVI24, que nunca pensou colocar Cristiano Ronaldo como ponta de lança no jogo frente ao Gana, que ditou a eliminação do Mundial2014 de futebol.
«Ronaldo como ponta de lança nunca esteve nas minhas opções», salientou, considerando que «não é a melhor maneira de rentabilizar as caraterísticas dele».
O selecionador assegurou que o "capitão" da equipa das "quinas" estava «apto para competir e treinar», apesar do «sacrifício que fez», e que considerou «normal» a inclusão do fisioterapeuta do Real Madrid na equipa técnica do Mundial2014.
Paulo Bento assumiu que para prescindir de Ronaldo na competição tinha de ter tido outras opções que não teve.
O técnico, que frisou que nunca pôs o seu lugar à disposição após a eliminação do Mundial2014, disse que Portugal não conseguiu ultrapassar a marca profunda deixada pela derrota por 4-0 com a Alemanha no seu primeiro jogo no Mundial2014.
«Sou, acima de tudo, um treinador que tem a consciência que não alcançou um objetivo. Não sou só eu que estou desiludido, estamos todos. Continuo a pensar que o jogo com a Alemanha nos deixou de tal maneira uma marca negativa que não nos permitiu ter uma reação consentânea com o nosso valor», confessou.
Paulo Bento, que voltou a admitir que a participação da seleção portuguesa no Mundial2014 tem de ser vista como negativa, porque o apuramento para os oitavos de final não foi conseguido, disse que não conseguiu transmitir aos seus jogadores a confiança necessária para ultrapassarem a derrota com a Alemanha.
O técnico nacional garantiu não se arrepender de nada na preparação de Portugal rumo ao Mundial do Brasil, fosse o estágio nos Estados Unidos ou a escolha de Campinas para quartel-general da seleção, e defendeu que é o único culpado pelo desaire português.
«Se tiver de deixar pessoas de fora, deixarei, mas não será pelo que aconteceu no Brasil», realçou, recusando-se a procurar «bodes expiatórios» em jogadores que foram fundamentais para o sucesso da equipa e responsabilizando o coletivo pela equipa das "quinas" não ter estado ao seu nível.
Paulo Bento, que repetiu à exaustão que a culpa do insucesso é sua e que não quer apontar o dedo a qualquer futebolista, assumiu que vai alargar o leque de opções para a seleção para fazer uma renovação «de forma progressiva».