PGR confirma investigação por crimes de corrupção. Assessor do Benfica detido

A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa confirmou, esta terça-feira, a abertura de um inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, sem referir, no entanto, os nomes envolvidos no caso.

Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, foi detido esta manhã pela Polícia Judiciária (PJ), juntamente com um um técnico do Instituto de Gestão Financeira e Infraestruturas da Justiça, suspeito de corrupção passiva.

Numa nota publicada na página da Procuradoria-Geral, é confirmada a detenção de dois suspeitos, que vão ser sujeitos a interrogatório para a aplicação de medidas de coação. Os dois detidos estão a ser investigados por "crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal e falsidade informática".

De acordo com a Procuradoria, há indícios de acesso a inquéritos que estavam em segredo de justiça para obter informação sobre processos em curso, "informações que eram depois transmitidas a assessor da administração de uma sociedade anónima desportiva a troco de vantagens".

A nota divulgada adianta ainda que foram feitos seis mandados de buscas domiciliárias, um mandado de busca a um gabinete de advogados e outros 21 mandados de buscas não domiciliárias, nos quais participaram um juiz de instrução criminal, dois procuradores-adjuntos, inspetores da PJ e peritos informáticos

O Benfica já reagiu à detenção de Paulo Gonçalves. Em comunicado, os encarnados referem que vão "pedir com carácter de urgência uma audiência à senhora Procuradora-Geral da República, pelas reiteradas e constantes violações do segredo de justiça, sobre os processos que envolvem o clube".

O clube manifesta ainda a "confiança e convicção" de que Paulo Gonçalves "terá oportunidade de provar a legalidade dos seus procedimentos".