A Luz pedia golos já há algumas semanas. Em época natalícia, o Pai Natal foi generoso e ofereceu um Benfica 6-2 Braga.
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A mesa de Natal quer-se cheia, mas antes disso há que saber escolher o que se coloca nela. Na Luz, além de 11 jogadores e um treinador de cada lado, colocou-se a vontade de não querer ficar para trás na luta pelo título e juntou-se-lhe uma pitada de afirmação enquanto candidato. E como não há fome que não dê em fartura, a Luz viu oito golos no Benfica 6-2 Braga.
Os dois principais chefs desta ceia antecipada eram defesas: Jardel de um lado e Marcelo Goiano do outro. Talvez por isso os setores defensivos, principalmente o dos bracarenses, tenha reunido tanta atenção nos primeiros momentos do jogo.
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O Benfica chegava com sucesso à área do adversário, mas na "hora H" aparecia sempre algum dos integrantes da autêntica muralha que os "Gverreiros do Minho" erguiam. Jonas e Pizzi iam encontrando brechas, mas as dobras bracarenses iam funcionando. A muralha não se preparou, no entanto, para ataques à distância.
Pizzi reparou nisso e tirou o melhor proveito da situação aos 19 minutos. Depois de ter visto Jonas rematar na direção contrária à da baliza no minuto anterior, o médio português quis mostrar como se faz. No vértice da grande área, Pizzi fletiu para o centro do terreno e rematou cruzado, sem hipótese para Tiago Sá. Estava inaugurado o marcador.
Quebrada a muralha, o Braga quis responder e, acima de tudo, mostrar que chegava à Luz com as mesmas armas. Fransérgio quis, aliás, mostrar que os seus mísseis até tinham mais alcance e soltou um remate do meio da rua que obrigou Vlachodimos a voar. A bola resvalou na trave da baliza encarnada. Ficou o aviso.
O golo benfiquista teve o condão de acalmar o jogo. Talvez tenha sido um caso de ter mais olhos do que barriga: foram tantas as tentativas frustradas que começou a faltar vontade. Ainda assim, os bracarenses continuavam com fome e tentaram atacar o que estava na mesa. Aos 33 minutos, Ricardo Horta entrou de rompante na grande área benfiquista e tentou picar a bola sobre Vlachodimos, mas o guardião grego estava mais numa de cortar e desviou a bola para fora.
Aos 39 minutos, foi altura de provar a sugestão do chef, neste caso do Benfica. Zivkovic bate um canto a partir do lado direito do ataque que parece ir morrer nas mãos de Tiago Sá. Acontece que, de rompante, Jardel antecipa-se ao guardião bracarense e cabeceia para o fundo da baliza. Festeja-se na Luz mas Artur Soares Dias tem que arrefecer os ânimos, isto porque na Cidade do Futebol o VAR estava a rever o lance para ter a certeza de que Tiago Sá não tinha - mesmo - agarrado a bola. De Oeiras chega a luz verde e festeja-se novamente na Luz - estava feito o 2-0. Tiago Sá parece ter levado o peru para a ceia.
Passados cinco minutos, Jardel tentou repetir a dose, mas desta vez acertou mesmo em Tiago Sá. A primeira parte acaba com uma falta marcada sobre o guardião.
O intervalo fez bem, muito bem, ao jogo. A segunda parte começou com dois golos. O primeiro teve toque espanhol, juntando à ceia de Natal portuguesa e ao churrasco com sotaque brasileiro uma tábua de iguarias espanholas. Grimaldo entrou pela grande área dos bracarenses e, de pé direito, conseguiu marcar a escassos centímetros de Tiago Sá.
A resposta não se fez esperar. Segundos depois do reatamento da partida, Dyego Sousa cabeceou para o fundo da baliza de Vlachodimos, depois de um cruzamento feito a partir da esquerda. Além de marcar, Dyego Sousa atingiu o topo da lista dos melhores marcadores do campeonato - pelo menos até que Bas Dost entre em campo -, com 11 tentos.
Como em qualquer ceia de Natal, todos competem para saber quem apresenta o melhor prato. Nesse sentido, apareceu o suspeito do costume, Jonas de seu nome. O brasileiro concluiu da melhor forma uma jogada coletiva dos encarnados e marcou o quinto golo da tarde na Luz, isto numa altura em que ainda não tinham passado dez minutos desde o início da segunda parte.
Foi aos 63 minutos que o Benfica chegou à mão - ou sapatinho - cheia de golos. Em três passes, o Benfica transforma um lançamento lateral num golo, depois de Cervi desviar de primeira um cruzamento. Estava feito o 5-1.
Aos 66 minutos, André Almeida assinou o sexto golo encarnado com um remate tão inacreditável quanto incrível. André Almeida, de pé esquerdo e fora da grande área, remata de primeira e deixa Tiago Sá completamente pregado ao chão.
Esta ceia da Natal tornou-se num jogo de loucos. Perdiam-se as maneiras e marcavam-se golos como quem come azeitonas, tremoços ou sonhos. Tanto que, na outra baliza, João Novais quis guardar um pratinho para si e conseguiu mesmo encher a barriga (e o pé). Rematou de primeira e na passada e conseguiu bater Vlachodimos para marcar o oitavo golo da noite, o segundo dos bracarenses.
O Benfica foi do 8 aos 80 para receber este Braga e consegue chegar ao terceiro lugar do campeonato ainda antes do Natal. Na Luz, pela primeira vez em alguns meses, respirou-se livremente no final de uma partida. E o sapatinho ficou cheio.
Pizzi, aos 19 minutos, marcou o primeiro golo com um remate cruzado.
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Aos 39 minutos, Jardel antecipa-se a Tiago Sá e marca o segundo das águias.
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A segunda parte começou com um golo: Grimaldo aos 48.
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Aos 51, Dyego Sousa marcou para os bracarenses.
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Passados três minutos, Jonas inscreveu o nome na lista de marcadores.
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Cervi marcou aos 63.
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André Almeida quis dar uma prenda à Luz aos 66 minutos.
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João Novais, aos 74, fez o oitavo golo da noite.
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Onze do Benfica: Vlachodimos; André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Grimaldo; Fejsa, Pizzi e Gedson; Zivkovic, Jonas e Cervi.
Onze do Braga: Tiago Sá; Marcelo Goiano, Bruno Viana, Pablo Santos e Sequeira; Ricardo Esgaio, Claudemir, Fransérgio e Ricardo Horta; Paulinho e Dyego Sousa.
O jogo no estádio da Luz foi arbitrado por Artur Soares Dias.
Suplentes do Benfica: Svilar, Conti, Samaris, Alfa Semedo, Krovinovic, João Félix e Seferovic.
Suplentes do Braga: Marafona, Palhinha, Ryller, Eduardo, João Novais, Murilo e Wilson Eduardo