Um estudo que analisa o comportamento dos mercados financeiros em anos de realização dos Jogos Olímpicos chega à conclusão que, mesmo nas crises do Subprime, das DotCom e Covid-19, na última década os ganhos superam os maus momentos
Corpo do artigo
Para medir o pulso ao impacto dos Jogos Olímpicos nas bolsas, a corretora XTB analisou os 12 meses que se seguiram às últimas dez edições dos Jogos Olímpicos e apesar de não haver uma tendência clara, abre a porta a algum optimismo para a edição de Paris.
Se medalhássemos as 10 edições anteriores tendo em conta o desempenho das bolsas, Atlanta em 1996 ganhava o ouro, pois nos 12 meses seguintes à realização dos Jogos Olímpicos nos EUA, o índice S&P500 registou uma subida de 31%.
A prata seria de Seul, que em 1988 viu o índice principal sul coreano subir 28% e o bronze ia para Atenas em 2004. Já Tóquio, com o adiamento de um ano do evento, por causa da pandemia de Covid-19, conseguiu em 2021 crescer 1%.
Mas nem sempre o entusiasmo dos investidores se refletiu de forma positiva no comportamento dos mercados financeiros, exemplo de Sidney, que em 2000 entrou num marasmo bolsista que acabou com uma desvalorização do índice principal australiano na ordem dos 7% e Pequim também bateu no vermelho com o índice principal a cair 3% em 2008.
Mesmo assim, o estudo da corretora XTB fez as contas e indica que há uma tendência positiva, com algumas valorizações a 2 dígitos perante os poucos casos que ficaram abaixo da linha de ganhos.
Hoje, apesar das circunstâncias apontarem para sinais de alguma retração económica numa Europa ainda a braços com a inflação, as taxas de juro altas e as guerras na Ucrânia e no médio oriente, eventos como os Jogos Olímpicos, à semelhança do que aconteceu durante o Europeu de Futebol, criam dinâmicas económicas de consumo e confiança dos investidores, que se não forem abaladas por nenhum imprevisto, de acordo com o analista de mercado, Henrique Tomé, podem ajudar a concretizar essa tendência optimista do mercado.
É certo que o evento acontece em França, que recentemente foi a eleições, mas com Emmanuel Macron a remeter a posse do novo governo para depois dos Jogos Olímpicos, parece que acalmou o nervosismo bolsista quanto à situação politica da anfitriã destas olimpíadas.
Outros riscos são os fenómenos, como o recente apagão informático mundial e até a segurança das redes wifi abertas em Paris, uma vez que os mercados bolsistas são sensíveis a qualquer movimento do sector tecnológico, mas se o evento não for pretexto, por exemplo para um ataque de “ciberpiratas”, que possa trazer impacto aos títulos tecnológicos nos mercados bolsistas, então, restará esperar por mais uma volta ao sol, para a Cidade das Luzes fazer contas e perceber se o comportamento das bolsas vai traduzir a competitividade olímpica que se vive por estes dias na capital francesa.
