Polémica na ginástica artística. "Processo estranho" obriga medalha de bronze a viajar dos EUA para a Roménia
O Tribunal Arbitral do Desporto deu razão à atleta romena e relegou Jordan Chiles para o quinto lugar
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Os Jogos Olímpicos terminaram este domingo, mas há uma polémica instalada na prova de ginástica artística, nomeadamente, na final de solo. Durante a disputa das finais por aparelhos, na passada segunda-feira, a atleta romena Ana Barbosu tinha conseguido a terceira melhor nota na final do solo (13,700 pontos) e seria a medalha de bronze, atrás da brasileira Rebeca Andrade com (14,16) e da norte-americana Simone Biles (14,13).
Quando a romena já festejava a medalha, a norte-americana Jordan Chiles apresentou um protesto sobre a sua nota original de 13,666, que a tinha deixado no quinto posto. Os juízes aceitaram a reclamação e deram-lhe uma pontuação de 13,766, promovendo-a até à medalha de bronze. A equipa romena recorreu ao Tribunal Arbitral do Desporto, com o argumento de que a reclamação de Chiles teria sido apresentada fora do tempo limite permitido pelos regulamentos da Federação Internacional de Ginástica (um minuto e quatro segundos).
O Tribunal Arbitral confirmou que a nota inicial atribuída a Chiles deve ser restabelecida, relegando a norte-americana para o quinto lugar. Em declarações à TSF, João Diogo Manteigas, jurista especialista em direito desportivo, garante que a medalha de bronze vai regressar para a atleta romena, porque “já não é possível voltar atrás com essa decisão”.
“Se a decisão tiver sido que a atleta romena tem de ser reposta como atleta medalhista, já não é possível voltar atrás com essa decisão, porque há um reconhecimento público implementado ilegal. É o TAD que decide em caso de recurso qualquer decisão solicitada", explica o especialista.
João Diogo Manteigas revela ainda não compreender a decisão tomada por parte do Comité Olímpico Internacional, afirmando que "é um processo estranho".
"É um processo estranho, a primeira decisão do COI [Comité Olímpico Internacional] devia ser idêntica ao TAD [Tribunal Arbitral do Desporto]. Não é normal o Comité Olímpico Internacional tomar decisões e o Tribunal Arbitral do Desporto vir reverter a este nível. Ao nível formal das regras, há muita gente envolvida nos Jogos Olímpicos, com pessoas dentro do Comité Olímpico Internacional. Quando há um problema destes, por exemplo, no atletismo, há pessoas dedicadas exclusivamente e que integram as federações nacionais e internacionais da modalidade para resolver."
A decisão está tomada. Agora, resta saber quando é que a medalha viaja para a Roménia.
