Portugal conquista 11 medalhas nos Paralímpicos Europeus da Juventude: comité espera que "excelência" possa atrair mais atletas
Em declarações à TSF, o presidente do Comité Paralímpico, José Manuel Lourenço, entende que os resultados atingidos este domingo são, por um lado, "uma mensagem de esperança", mas também uma chamada de atenção "para a importância da prática desportiva por parte de pessoas com deficiência"
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O boccia, com três medalhas de ouro na jornada final, foi o grande destaque para Portugal nos Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude, que terminaram este domingo em Istambul, com Portugal a chegar às 11 medalhas.
Em declarações à TSF, o presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço, antes das medalhas, destaca a "excelência e o empenho" de todos os atletas, apesar de, por exemplo, na equipa de basquetebol de cadeira de rodas, o desportista mais jovem ter apenas 12 anos. Realça ainda a presença de uma modalidade pouco comum nos Paralímpicos: o ténis de mesa.
José Manuel Lourenço entende que os resultados atingidos este domingo são, por um lado, "uma mensagem de esperança", mas também uma chamada de atenção "para a importância da prática desportiva por parte de pessoas com deficiência".
Que [estes resultados] possam trazer mais jovens e que na próxima competição, em vez de termos cinco modalidades, possamos ter sete ou oito.
O líder do Comité Paralímpico denuncia a "escassez de atletas" e confessa que houve "alguma dificuldade em constituir esta missão", precisamente por este motivo. "Por exemplo, não temos a modalidade de natação, exatamente porque não temos atletas nesta idades disponíveis para poder participar", adianta.
Questionado, então, sobre o que é que falta para que mais desportistas se possam juntar, José Manuel Lourenço defende que é um trabalho que passa desde logo pelas "federações desportivas e pelos clubes", mas não só.
"É um trabalho de todos. E também das famílias. As famílias têm aqui um papel, um papel muito importante, assim como a própria comunicação social é parceiro muito importante na divulgação do desporto paralímpico", vinca.
Além do boccia, Portugal também conseguiu pódios no basquetebol em cadeira de rodas e no atletismo.
Francisco Gouveia, Luís Caravana Costa e Rafael Viriato a conquistaram o ouro nas respetivas finais individuais.
Em BC1, Francisco Gouveia bateu na final o italiano Riccardo Zanella por 6-0, fechando a prova com um pleno de vitórias.
Luís Caravana, em BC3, também garantiu o ouro ao vencer, na final, o austríaco Christian Schimpl, por 4-1.
Já em BC4, Rafael Viriato protagonizou uma final épica com o croata Marín Govorko, que o tinha vencido na fase de grupos. Após estar em desvantagem por 3-5, Rafael operou uma reviravolta decisiva com um parcial de 4-0 no último período, fechando a partida com 7-5.
O torneio de basquetebol em cadeira de rodas, Portugal, que só sofreu uma derrota, ante Itália, registou no último dia duas vitórias, que lhe valeram a medalha de prata, o que supera o anterior melhor, o terceiro lugar na edição de 2022, na Finlândia.
Na jornada deste domingo, Portugal derrotou os Países Baixos, por 53-48, e a República da Irlanda, por 63-46.
A maioria das medalhas lusas em Istambul foi conquistada no atletismo, com os três pódios deste domingo a elevarem o total para sete.
Daniel António venceu os 400 metros sub-20 na classe T20, com 49,91 segundos, e Tiago Ramos foi vice no salto em comprimento, na mesma classe, com 6,43 metros de marca.
O bronze de Leonardo Silva, em F20 no lançamento do peso, foi atingido com 11,05 metros como melhor ensaio.
Antes, já se tinham contabilizado os ouros para António Santos e Tatiana Couto, a prata de Mariana Silva e o bronze de Mónica Silva, no sábado.
No total, Portugal apresentou uma seleção de 27 atletas de quatro modalidades na sétima edição dos Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude
Na competição que terminou este domingo Istambul, na Turquia, Portugal conquistou menos uma medalha do que na edição anterior, em 2022, em Pajulahti, na Finlândia, onde amealhou 12 metais – oito de ouro, duas de prata e duas de bronze –, igualando o pecúlio de 2019.
