Portugueses aplaudem equipa israelita na Volta a Portugal: "O desporto não tem nada a ver com a guerra"

Na Volta a Portugal, corre uma equipa de Israel que tem vindo a gerar polémica. Recentemente, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e Pela Paz no Médio Oriente repudiou a participação da Israel Premier Tech na prova, mas o povo português prefere aplaudir a equipa que tem um ciclista português. 

"Fugiram à guerra, aqui é que estão em paz", afirma uma apoiante, aos microfones da TSF.

Quem por ali passa, olha e tira fotografias aos carros da comitiva. São carros com um azul berrante, um azul que não passa despercebido. Mas ninguém sabe ao certo de que equipa se trata. "É uma equipa estrangeira”, dizem.

Por um lado, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e Pela Paz no Médio Oriente quer que a organização expulse a equipa da Volta a Portugal, mas, por outro lado, o público português parece não estar de acordo: "O desporto não tem nada a ver com a guerra. Eu sou muito apologista da paz, mas também sou muito apologista de desporto, portanto, o desporto é desporto, não tenho nada contra isso", refere outro apoiante.

Esta equipa conta apenas com um corredor israelita, os restantes são todos de outras nacionalidades. E também há um português: Daniel Lima não quer saber se o associam a um país que está em guerra. “Não quero saber. Eu estou aqui para correr, para tentar ganhar. Nós estamos aqui para correr de bicicleta e o resto nem entra aqui."

É um assunto tabu dentro da equipa, assim garante também o diretor-desportivo, que é espanhol e vencedor de uma Volta a Portugal pelo Benfica, Ruben Plaza: "Nós estamos aqui para andar de bicicleta e fazer uma boa corrida."

Fica tudo à porta do balneário, mas o certo é que, por estes dias, quem passa perto da equipa pode ver escolta policial. Os próprios carros e camiões da equipa não dizem Israel. A equipa tem Israel no nome, mas, para evitar dissabores, o nome do país é invisível na Volta a Portugal.