Praias sim, Volta não? Federação de Ciclismo não compreende decisão de Viana do Castelo
O presidente da federação considera que a decisão da autarquia foi tomada com "ligeireza".
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A Federação Portuguesa de Ciclismo critica a forma como a autarquia de Viana do Castelo decidiu anunciar que este ano não ia receber a etapa da Volta a Portugal. Este domingo, a autarquia interditou a etapa na cidade por considerar que "não pode dar sinais contraditórios" à sociedade, "face ao desconhecimento da evolução" da pandemia de Covid-19.
Em entrevista à TSF, o presidente da Federação diz não compreender a decisão. Embora admita que qualquer município é livre de tomar a sua opção, Delmino Pereira critica a forma como a Câmara de Viana do Castelo anunciou o impedimento.
"Reagimos com desagrado pela forma como foi tornado público. Qualquer município pode-se retirar da Volta a Portugal, todos os anos acontece, por uma razão ou por outra. No entanto, a forma como a autarquia de Viana do Castelo o fez, não consideramos que tenha sido a forma correta. Nós temos um parecer da Direção-Geral da Saúde e um plano que foi aprovado pelas autoridades de saúde para organizar a Volta", lembra.
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O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo recorda que existe um parecer, emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que permite a abertura das praias em Viana do Castelo. Quanto à Volta a Portugal, a opinião da autarquia é outra. "Não consigo perceber porque é que existe um parecer para abrir as praias de Viana do Castelo, mas não serve para receber a Volta a Portugal.
Delmino Pereira afirma ainda, em declarações à TSF, que "a DGS tem emitido muitos pareceres e muitas normas para a abertura de muitas atividades. A abertura das praias, a abertura dos centros comerciais, e até de outros campeonatos, como a liga de futebol. A nossa sociedade está a retomar a atividade."
A federação considera que a decisão da autarquia de Viana de Castelo foi tomada com "ligeireza", e garante que a retoma do ciclismo no país está a ser preparada com responsabilidade. "A Volta a Portugal realiza-se em todo o território nacional, evolve muitos municípios e é uma organização complexa, com muitos patrocínios. É um evento que está a ser organizado há muito tempo, e todas as decisões tornadas públicas, devem envolver bastante ponderação. Estamos a tentar fazer o que todos os setores da sociedade estão a fazer. Estamos a tentar realizar a prova ancora do ciclismo português, com enorme responsabilidade e com compromisso com o país."
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Nesta entrevista à TSF, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo explica que a federação e a organização da Volta a Portugal em Bicicleta estão a preparar um plano para evitar a aglomeração dos adeptos, principalmente nas partidas e chegadas do pelotão.
"A nossa principal preocupação está em educar, para evitar determinados comportamentos dos adeptos. Esperamos ter o apoio do Governo para orientar e disciplinar o comportamento das pessoas. Nas partidas e nas chegadas vai haver um conjunto de medidas para evitar a aglomeração de pessoas", assegura.
A Direção-Geral da Saúde já confirmou que a Volta a Portugal em bicicleta vai decorrer entre 29 de julho e 9 de agosto, assegurando o distanciamento social e sem concentrações de pessoas.