Confira aqui o medalheiro de Paris 2024
Corpo do artigo
Os Estados Unidos, recordistas de títulos e pódios em Jogos Olímpicos, capitalizaram hoje uma vantagem de 17 pratas sobre a China para dominar o quadro de medalhas de Paris 2024, após um histórico empate em ouros com os asiáticos.
Um dia depois de terem sido ultrapassados, os norte-americanos igualaram os 40 cetros dos chineses, que bateram nas pratas (44 contra 27), primeiro critério de desempate, da mesma forma como fecharam com mais bronzes (42 contra 24) e pódios (126 contra 91).
Os Estados Unidos, que serão anfitriões da XXXIV Olimpíada em 2028, em Los Angeles, venceram o medalheiro pela 19.ª vez, e quarta consecutiva, contra seis da extinta União Soviética e êxitos únicos de Alemanha, China, Equipa Unificada, França e Grã-Bretanha.
Vitoriosos como organizadores em Pequim 2008, os asiáticos tinham ficado a apenas um troféu (38 contra 39) do topo em Tóquio2020, numa edição disputada em 2021, devido à pandemia de covid-19, tendo dilatado o estatuto de segunda potência olímpica do século XXI em Paris 2024, onde, na 12.ª participação, superaram os 300 cetros e os 700 pódios.
O 'bis' matinal da halterofilista Li Wenwen na classe feminina de +81kg ajudou a China a reforçar temporariamente a vantagem tangencial com que entrou no 16.º e último dia de competições, antes de a 'Team USA' reagir em duas das últimas três finais do programa.
No ciclismo de pista, a bicampeã mundial Jennifer Valente revalidou o título no concurso feminino de omnium, quatro dias depois de ter atingido o 'tri' na perseguição por equipas.
Uma vitória sofrida da seleção feminina de basquetebol perante a anfitriã França (67-66), repetindo o desfecho da decisão masculina da véspera, viria a retirar a China do trono do medalheiro, no último dos 329 troféus distribuídos desde 26 de julho por 32 modalidades.
Os Estados Unidos garantiram o oitavo êxito seguido no basquetebol feminino, num total de 10 em 13 edições, e estão invictas há 61 jogos, numa série iniciada depois da derrota perante a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) nas 'meias' de Barcelona1992.
Seis dessas conquistas envolveram Diana Taurasi, de 42 anos, que hoje não jogou, mas prossegue como atleta com mais títulos olímpicos em modalidades coletivas de pavilhão.
Menos um pódio leva Lauren Jackson, de 43 anos, que assistiu do banco de suplentes à vitória da Austrália sobre a campeã europeia Bélgica (85-81) no embate de atribuição do bronze, medalha que já tinha alcançado em Londres2012, após três pratas consecutivas.
Ao repetir a prata de Londres 2012, a França finalizou o dia sem triunfos, mas fixou-se no top 5 do medalheiro, com recordes de 16 ouros e 64 pódios, enquanto a Austrália (18 em 53) foi suplantada pelo Japão (20 em 45), que recuperou o terceiro posto de Tóquio 2020.
O contingente dos 10 países mais vitoriosos foi fechado pela Alemanha, com os mesmos 12 triunfos da Itália, que se despediu de Paris2024 com a inédita conquista do torneio de voleibol feminino, ao destronar os Estados Unidos (3-0), de volta à prata pela quarta vez.
Presente pela terceira vez seguida na final do andebol masculino, a tricampeã mundial e 'vice' europeia Dinamarca goleou os alemães (39-26) e reconquistou o troféu perdido em Tóquio2020, elevando o fim de carreira de Mikkel Hansen e a despedida internacional do capitão Niklas Landin com um percurso invencível e repleto de vários recordes olímpicos.
Ao derrotar a Eslovénia (23-22), a Espanha manteve-se 100% vitoriosa em disputas pelo bronze, tendência repercutida em cinco das derradeiras oito edições, desde Atlanta1996.
O 16.º e derradeiro dia da XXXIII Olimpíada principiou com um ato 'epopeico' da fundista Sifan Hassan, que, após ter terminado em terceiro lugar a defesa dos títulos dos 5.000 e 10.000 metros, conquistou a maratona com um novo recorde olímpico, de 2:22.55 horas.
Num trajeto acidentado pelas ruas da capital gaulesa, a neerlandesa originária da Etiópia era 11.ª colocada a meio dos 42,195 quilómetros, mas aumentou a intensidade e superou um trio de adversárias nos metros decisivos, incluindo, já no sprint final, a etíope e recordista mundial Tigst Assefa, prata, que chegou três segundos depois, e a queniana Hellen Obiri, bronze, a 15.
Hassan, de 31 anos, baixou a anterior marca olímpica (2:23.07 horas), detida pela etíope Tiki Gelana desde Londres2012, e devolveu o troféu da maratona feminina ao continente europeu 16 anos depois da romena Constantina Tomescu, perfazendo os três pódios em distâncias de fundo numa edição dos Jogos, façanha apenas lograda até Paris 2024 pelo checo Emil Zátopek, que dominou os 5.000, os 10.000 e a maratona em Helsínquia1952.
Essa missão implicou 62,195 quilómetros ao mais alto nível em nove dias - além das três finais, alinhou nas séries da légua -, e permitiu-lhe igualar os três 'metais' de Tóquio 2020, onde só competiu na pista e teve uma tripla histórica inviabilizada pelo bronze nos 1.500.
O compatriota Harrie Lavreysen caminhou em sentido inverso no ciclismo de pista e hoje vingou o bronze de há três anos com o primeiro título no keirin, volvida a revalidação dos cetros individual e coletivo de sprint, sempre acompanhada por novos recordes mundiais.
Em função do ouro no madison de Rui Oliveira e Iúri Leitão, prata também no omnium, o velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines já tinha convertido uma Missão de deceções na melhor de sempre de Portugal, que imitou o recorde de quatro medalhas de Tóquio 2020.
Os lusos ficaram no 50.º lugar do quadro de 'metais' - se for descontado o desempenho dos Atletas Neutros Individuais, tal como procede o Comité Olímpico Internacional (COI) para efeitos oficiais -, juntamente com 90 delegações, num lote que integrou pela primeira vez Albânia, Cabo Verde, Dominica, Santa Lúcia e a Equipa de Refugiados, criada em 2016.
No plano das individualidades, o nadador chinês Zhang Yufei foi o mais medalhado (uma prata e cinco bronzes), enquanto Léon Marchand sobressaiu em ouros (quatro em cinco pódios), assumindo-se no próprio país como um dos novos vultos mundiais das piscinas.
Os Jogos Olímpicos Paris 2024 terminam no Stade de France, em Saint-Denis, nos arredores da capital gaulesa, com a cerimónia de encerramento, que voltará a passar o testemunho a Los Angeles, sede em 1932 e 1984.
RYTF // JP
Lusa/Fim
