"Prepara-te para ser o foco e faz com que isso seja favorável para os teus companheiros"
Foi o que lhe disse Jesús Velasco, o treinador do Inter Movistar. Ricardinho recebeu ainda outra mensagem do presidente do clube, admitindo temer Portugal. O capitão da seleção conversou com a TSF em Liubliana.
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Portugal volta este sábado (19h45) a uma final de um Campeonato da Europa, algo que conseguiu apenas por uma vez. Foi em 2010, na Hungria, mas a Espanha venceu esse duelo (2-4). Ricardinho, ausente dessa final, tem finalmente a sua oportunidade. A TSF conversou com o número 10 e capitão da seleção portuguesa, que revela que recebeu duas mensagens importantes.
Depois da complicada vitória frente à Rússia por 3-2 na meia-final vem aí a Espanha, uma seleção com quem Portugal jogou várias vezes, mas infelizmente só por uma conseguiu vencer. Ricardinho, jogando em Espanha e conhecendo muitos destes jogadores que vão estar presentes nesta final, o que se pode esperar deste desafio?
Vai ser uma final muito equilibrada. Temos de levar esse jogo dessa forma, porque sabemos que é uma seleção que aproveita muito bem as finalizações que tem, apesar de não estar na sua melhor fase ainda neste Europeu. Todos sabemos que a melhor fase da Espanha aparece sempre nestes jogos.
Têm tido a estrela de campeões, nos momentos menos bons têm conseguido dar esse passo em frente e têm tido a capacidade de ganhar. Nós vamos ser aqueles, entre aspas, inexperientes, é a nossa segunda final, com muita vontade de vencer, com compromisso enorme, com Portugal na sua melhor fase dos últimos anos, com sua melhor cara e versão e com um grupo que acredita cegamente que pode levantar este troféu.
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Como é que se gere o facto de ter todas as atenções e o foco em cima de si por ser o melhor do mundo. Quando Portugal joga há mais gente no pavilhão. Não é só por Portugal jogar, é porque Ricardinho vai estar no campo. Como é que se gere toda essa pressão em torno do melhor do mundo?
Olha, vou partilhar contigo duas mensagens que recebi. Uma delas foi pessoalmente, do meu treinador em Espanha. Partilhei com ele a minha ansiedade de vir para este Europeu, se calhar uma das últimas oportunidades de poder jogar uma final e vencer por Portugal. Ele disse-me: "Prepara-te para levar com o foco e faz com que isso seja favorável para os teus companheiros". O que é certo é que eu, em cada momento de cada jogo, fui tentando fazer isso da melhor maneira. Não só eu aparecer, mas, acima de tudo, chamar à atenção para que os meus companheiros também apareçam. Cada um deles está de parabéns porque tem feito um trabalho incrível e por isso somos uma grande equipa e uma seleção que toda a gente cada vez mais respeita.
A segunda mensagem que recebi foi ontem, do meu presidente do Inter, em que me deu os parabéns e disse que pela primeira vez sente medo de Portugal. Isso é um sinal de muito respeito, de uma pessoa que ganha imensos títulos. E sentir esse respeito e temor é sinal que estamos a fazer as coisas bem, por isso temos de continuar. Estamos num bom caminho, mas não nos vamos deixar iludir. Não vamos deixar que a ansiedade tome conta de nós e vamos tentar chegar preparados da melhor maneira para defrontar este jogo, que é uma final incrível.