Presidente do Rio Ave admite papel de Jorge Mendes e Gestifute na chegada de investidor
Alexandrina Cruz garante na TSF que o clube fica em boas mãos com a chegada de Evangelos Marinakis. A decisão dos sócios de criar uma SAD e vendê-la ao investidor foi votada por maioria na assembleia-geral deste domingo.
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Alexandrina Cruz admite à TSF que dormiu mais descansada ao saber que os sócios do clube estão de acordo com a criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) e a venda da maioria da participação da nova entidade ao empresário grego Evangelos Marinakis.
"Confesso-lhe que o dia de ontem era muito muito importante. E por isso dormi de forma diferente (...) Há quem diga que sou dramática, mas o clube corre grandes riscos, mas a realidade prova que as chamadas de atenção que eu vinha fazendo ao longo dos anos culminaram na situação em que o Rio Ave está hoje", assinalou.
"Este contacto surgiu pelo reaproximar de parcerias do passado. Parcerias que, para mim, foram muito importantes e que, no passado, já nos fizeram crescer muito. Ficaram de alguma forma suspensas num passado recente. Felizmente, conseguimos reanimar essas parcerias. Falo em concreto da Gestifute e de Jorge Mendes", assumiu em entrevista à TSF.
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Marinakis chega ao Rio Ave depois de ter comprado o Olympiacos (2010) e também o Nottingham Forest (2017). Caso se concretize o negócio, até dia 31 de dezembro o Rio Ave passa a fazer parte da esfera de influência do investidor.
"O senhor Marinakis tem provas dadas no futebol - não só, em todos os negócios nos quais está envolvido - mas tem provas dadas pelo que já mostrou no futebol, em particular, pelo projeto recente do Nottingham Forest. Ele alavancou e fortaleceu o clube. É dessa forma que ele vê o Rio Ave, num leque de clubes no qual o quer incluir com um projeto europeu", sustenta.
A assembleia ratificou a mudança de SDUQ para SAD com 555 votos a favor, 20 abstenções e 21 votos contra.
"Foi um dia muito importante. Os sócios deram o sinal sobre aquilo que querem fazer, perceberam a importância da decisão - até pelos timings envolvidos -, foi um dia importante para resolver os problemas que temos para resolver", explica.
O dia 31 de dezembro é o limite para concretizar a entrada do investidor. "Há um trabalho muito grande por fazer. Seja pelas equipas de advogados, seja pela equipa financeira. Há possibilidade de o negócio ainda cair, tanto de uma parte como da outra. Espero que não, pela confiança dos sócios no voto de confiança na assembleia, mas também pela forma como as negociações têm decorrido."
Um dos problemas é o pagamento das dívidas para permitir a inscrição de novos jogadores já em janeiro: "Há cerca de um ano que não conseguimos inscrever um único jogador, isto desde o escalão de sub-15 à equipa principal. O investidor quer o mercado de janeiro aberto para reforçar a equipa. O tempo para o conseguir é uma situação que me preocupa. Queremos que no dia 2 de janeiro o clube possa estar no mercado."
E será Alexandrina Cruz a liderar a nova SAD? A dirigente não esclarece, mas garante que os sócios do clube podem ficar descansados.
"Temos vindo a conversar de uma forma tranquila e harmoniosa. Numa partilha de opiniões sobre a forma como vemos o futuro. A este nível, o Rio Ave tem de estar absolutamente tranquilo com a entrada deste investimento. Nenhum de nós rioavistas deve estar preocupado, e falo por mim. É um futuro que vemos como muito positivo para o Rio Ave", garantiu.
"Para mim seria diferente. Pelo quanto gosto do Rio Ave, os tempos seguintes para quem trabalha no Rio Ave seriam muito complicados." Por larga maioria, os sócios do Rio Ave aprovaram a transmissão de parte do capital social da SAD para o investidor, que, segundo a direção, pretende ficar com 80%. Os restantes 20% ficam nas mãos do clube.