Primeira portuguesa 'vice' do Comité Paralímpico Internacional quer "oportunidades para todos", igualdade de género, mais investimento
A antiga nadadora paralímpica é a primeira portuguesa a chegar ao cargo. A eleição decorreu em Seul, na Coreia do Sul, e o mandato deverá durar quatro anos. Já o brasileiro Andrew Parsons foi reeleito presidente. A TSF falou com Leila Marques
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"É uma alegria e uma honra." Foi um cargo muito disputado, mas a portuguesa Leila Marques acabou por ser eleita a primeira vice-presidente do Comité Paralímpico Internacional, o organismo máximo do movimento paralímpico. Em declarações à TSF, a antiga nadadora paralímpica não esconde que esta era uma vitória muito desejada, com o objetivo de "servir o movimento paralímpico, os atletas e todos os seus membros". Ainda assim, sente o peso da "enorme responsabilidade" de estar num organismo que "tutela o desporto paralímpico ao nível mundial", afirma.
A igual representação de todos os atletas e a garantia de que "todos têm a mesma oportunidade de crescer e participar no movimento paralímpico" são alguns dos desafios que Leila Marques diz ter de enfrentar. Considera que ainda há muita coisa para fazer e agora, enquanto vice-presidente do comité, tem como prioridades "trabalhar em questões como a igualdade de género" e rever as "classificações que agrupam os atletas em classes", de forma a poderem competir de forma justa, assegura também à TSF.
Leila Marques torna-se assim a primeira portuguesa a ser eleita para a vice-presidência do Comité Paralímpico Internacional e, por isso, acredita que é "um marco histórico para Portugal ter alguém numa estrutura de topo ao nível mundial". Neste sentido, deixa claro que esta "não é uma vitória individual, mas sim coletiva" que poderá dar mais visibilidade ao desporto paralímpico em Portugal. A antiga nadadora espera que o lugar que agora ocupa ajude a aumentar "o número de pessoas com deficiência na prática desportiva", especialmente em competições internacionais.
Tendo em vista os Jogos Paralímpicos de Inverno Milano Cortina 2026, em Itália, e os Jogos Paralímpicos Los Angeles 2028, nos EUA, Leila Marques defende que Portugal vive atualmente uma "situação bastante favorável", uma vez que conseguiu "alcançar o mesmo patamar de apoios concedidos aos atletas olímpicos". Contudo, o investimento no desporto paralímpico, considera, deve ser ainda maior, já que tem mais custos, pelo que "é preciso mais verbas", insiste.
Formada em Medicina e com pós-graduação em Medicina Desportiva e Prevenção Anti-doping, Leila Marques participou em quatro Jogos Paralímpicos como nadadora e é também atualmente vice-presidente do Comité Paralímpico de Portugal.
