Sergio Ramos teve controlo antidoping positivo após final da Champions. UEFA arquivou
O capitão merengue terá sido tratado com uma substância cujo uso em competição é proibido.
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A UEFA terá, nos últimos dois anos, ignorado pelo menos dois testes antidopagem, que deram resultado positivo, feitos ao capitão do Real Madrid, o espanhol Sergio Ramos. A revelação é feita pelo Football Leaks e divulgada pelo jornal alemão Der Spiegel , que explica que o primeiro teste positivo do espanhol terá ocorrido em maio de 2017, após a final da Liga dos Campeões, disputada entre Real Madrid e Juventus, em Cardiff.
No final da partida, as amostras recolhidas do capitão merengue foram testadas, com resultado positivo, e apresentavam vestígios de dexametasona. Esta é uma substância corticoide e faz parte da lista de produtos proibidos pela Agência Antidopagem da FIFA, que a bane em cenários competitivos.
Há, no entanto, uma ressalva: a substância pode ser utilizada antes de momentos competitivos, desde que seja inscrita no relatório, feito pelo médico de um clube ou jogador, que é entregue à equipa antidopagem aquando dos exames. Neste episódio específico, a substância está ausente do relatório realizado pelo médico do Real Madrid.
Embora a substância não esteja presente no relatório, o médico merengue assumiu todas as responsabilidades e explicou que a dexametasona é uma das substâncias presentes em duas injeções dadas no joelho e ombro de Ramos no dia anterior à partida em Cardiff.
No relatório desse procedimento, o médico deu conta do uso de betametanosa, uma substância que está também banida em situações de competição. Em sua defesa, o médico alegou que no meio dos festejos da conquista da Champions (o Real Madrid venceu por 4-1), teria preenchido mal o relatório, confundindo os princípios ativos dos medicamentos.
Em relação a esta situação, a UEFA aceitou a versão do médico, decidindo que o mesmo agiu "de acordo" com o código antidopagem.
Ramos tentou ludibriar controlo antidoping
O Real Madrid tinha acabado de enfrentar o Malaga, em abril deste ano, quando Sergio Ramos terá percebido que tinha um controlo antidoping à sua espera, tentando que o mesmo não acontecesse.
O episódio é contado numa carta enviada por um membro sénior da agência espanhola antidopagem (AEPSAD) ao chefe do Departamento Médico do Real Madrid, datada de 21 de setembro de 2018. No documento, lê-se que depois da partida da La Liga, disputada a 15 de abril de 2018, um inspetor ter-se-á aproximado de Ramos para lhe pedir que fizesse um teste.
As atividades suspeitas começaram após este momento: Ramos terá ido tomar um duche, algo que o inspetor terá desaconselhado por várias vezes, alertando o jogador para as consequências possivelmente graves desse ato.
O regulamento espanhol antidopagem, considerado muito rigoroso, considera que tomar um duche ou até mesmo um banho antes de um teste antidoping pode ser visto como uma "tentativa de obstrução da realização de procedimentos de controlo de doping."
Embora só tenha sido escrita cinco meses depois do suposto incidente, a carta causou algum alarme no clube merengue. O chefe do departamento jurídico do Real Madrid terá mesmo enviado uma carta ao General Manager do clube com um aviso: "as penalizações são muito pesadas" em situações como esta.
Em resposta a um pedido de esclarecimento, feito pela entidade responsável pelo Football Leaks, a AEPSAD considera que "neste caso, não houve qualquer indicação de que qualquer regra antidopagem tenha sido quebrada".
Real Madrid defende capitão
O clube merengue já saiu em defesa de Sergio Ramos, garantindo que o jogador "nunca violou qualquer regulamentação antidoping". Num comunicado publicado na página oficial do clube , pode ler-se que "a UEFA pediu algumas informações específicas e encerrou imediatamente o caso após os testes levados a cabo pelos peritos da Agência Anti-Dopagem."
Quanto às informações reveladas pelo Football Leaks e Der Spiegel, o clube diz que "não faz qualquer comentário", considerando que as mesmas são "claramente infundadas".