SC Braga perde em casa do Real Madrid num jogo em que fica a perguntar a Lunin: "E se?"
Veja os golos. Brahim, Vinicius e Rodrygo marcaram para a equipa de Ancelotti.
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Quando foram revelados os onzes iniciais do Real Madrid-SC Braga, o guarda-redes Lunin não estava entre os 22. Surgia no banco, ao lado de Piñeiro, e a baliza era de Kepa. Minutos antes do jogo, havia notícia de que o ucraniano seria, afinal, o titular dos blancos esta noite. Seis minutos depois, estava a defender um penálti. E se não tivesse jogado? E se não tivesse defendido aquele penálti? E se?
São as perguntas que ficarão na cabeça coletiva do SC Braga, que perdeu esta terça-feira por 3-0 com os merengues no Santiago Bernabéu num jogo em que sentiu o peso e o preço de desperdiçar um penálti em casa da equipa mais titulada de sempre na Liga dos Campeões. Alvaro Djaló permitiu a defesa do guarda-redes que não era titular - mas foi - e apesar da boa atitude no jogo, os bracarenses caíram mesmo aos pés talentosos de Brahim, Vinicius e Rodrygo, que apuraram os de Madrid para os oitavos de final da prova.
O Real soma agora 12 pontos no Grupo C, que lidera com mais cinco pontos do que o Napoli, mais nove do que o SC Braga e mais 11 do que o Union Berlim.
Em mais uma noite milionária no Santiago Bernabéu, o homem que não era, mas foi titular, Lunin, estava em campo há apenas três minutos e já se via metido em trabalhos. O bracarense Borja foi lançado na esquerda, entrou na grande área do Real Madrid e sofreu falta de Lucas Vázquez, que foi amarelado no seguimento da jogada.
Alvaro Djaló, foi quem assumiu a marcação do remate dos 11 metros, mas perdeu o duelo com o guardião. Desperdiçava assim, ali, uma oportunidade que poucos jogadores têm na carreira: a de marcar ao Real Madrid em pleno Bernabéu. E o SC Braga demorou apenas sete minutos a percebê-lo, embora até tenha sido poupado pelo árbitro turco Meler.
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Niakaté fez um passe muito mal medido, entregou a bola a Valverde e o uruguaio, em dois ou três passos, já tinha encontrado Vinicius no interior da grande área bracarense. O brasileiro deixou para Brahim e este atirou para a baliza deserta, mas a jogada foi anulada por falta de Vinicius sobre o autor do erro inicial, Niakaté.
O susto não foi demasiado grande. A jogar sem um ponta de lança assumido em Madrid - Banza e Ruiz começaram no banco -, os bracarenses foram ganhando espaço e confiança, assentes também numa estrutura defensiva específica: sem bola, Vítor Carvalho descia para terceiro central e descaía para a direita, encontrando-se com Vinícius Jr no corredor.
A postura era a mesma do jogo de há duas semanas, em Braga: sem medos, a evitar desconcentrações e a assumir o um para um quando era necessário, a equipa de Artur Jorge não se escondia e ia apostando tanto na calma e experiência de João Moutinho, como na irreverência de Bruma, que até podia ter também tentado o 1-0 em cima dos 20', mas esbarrou num defesa,
Quem não se deixou apanhar foi Brahim Diaz. Aos 26', Rodrygo desmarcou-se entre Victor Gómez e um dos centrais do SC Braga, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para a boca da baliza, onde Diaz surgiu para fazer o golo, desta vez a valer. No festejo, imitou o gesto feito pelos árbitros para indicar o VAR, como que a perguntar se estava tudo bem.
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Apesar do bom jogo, os bracarenses ficavam em desvantagem e não mais conseguiram reagir até ao intervalo, levando para os balneários a desvantagem mínima.
Sem conseguir replicar a atitude que tinha chegado a construir na primeira parte, o SC Braga acabou por sofrer o segundo golo ainda antes da hora de jogo. Com quatro passes, o Real foi do meio-campo defensivo à grande área portuguesa e Vinicius só precisou de dois toques: com um tirou o adversário do caminho, com o segundo atirou para o 2-0.
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A bola foi ao meio-campo e não demorou a ir para outra vez ao fundo das redes defendidas por Matheus: novo ataque pelo corredor central pelos pés de Rodrygo, que deu a bola a Vinicius antes de a receber de volta e picar sobre Matheus para o 3-0.
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Eram dois golos que mostravam que o Real não precisava esforçar-se para controlar o jogo e que, a partir dali, quem mandava no ritmo eram os de branco. A vencer 3-0, a equipa de Ancelotti ia trocando a bola ora no seu meio-campo, ora no meio-campo bracarense.
Já Artur Jorge devolveu à equipa uma estrutura mais tradicional, primeiro com as entradas de Mendes, Al Musrati e Abel Ruiz para os lugares de Victor Gómez, Zalazar e Horta e, já no último quarto de hora, as de Banza e André Horta para render Djaló e Bruma.
Ancelotti respondeu com Carvajal e Modric pelo amarelado Vázquez e por Brahim e, também já nos últimos 15 minutos, lançou o veterano Joselu para o lugar de Rodrygo e o jovem Paz para o de Valverde. Perdia muita mobilidade e alguma da velocidade do ataque, mas enchia o campo de experiência.
O golo de honra do SC Braga podia ter chegado no último minuto do jogo, quando Abel Ruiz cabeceou na pequena área como mandam os manuais, mas Lunin lhe negou o golo com um golpe de rins. Mais uma vez, "e se Lunin não estivesse lá?"
Onze do Real Madrid: Lunin, Lucas Vázquez, Nacho, Rüdiger, Mendy, Camavinga, Kroos, Valverde, Rodrygo, Vini Jr e Brahim Díaz
Onze do SC Braga: Matheus, Victor Gómez, José Fonte, Niakaté, Borja, Vítor Carvalho, Moutinho, Zalazar, Bruma, Djaló e Ricardo Horta
O jogo é arbitrado pelo turco Halil Umut Meler, assistido por Mustafa Eyisoy e Kerem Ersoy. O VAR é Massimiliano Irrati.
Suplentes do Real Madrid:Piñeiro, Carvajal, Alaba, Bellingham, Modric, Joselu, Fran Garcia, Arda Güler e Paz
Suplentes do SC Braga: Hornicek, Saatçi, Al Musrati, Abel Ruiz, André Horta, Paulo Oliveira, Mendes, Adrián Marin, Rony Lopes, Pizzi, Banza e Castro