Reinaldo Teixeira sublinha que cabe à Liga ter "a coragem de ouvir" os clubes nos "momentos mais sensíveis" e, ao mesmo tempo, de tomar decisões nas Cidades Desportivas
Corpo do artigo
O presidente da Liga de clubes, Reinaldo Teixeira, desvaloriza a ameaça do Benfica em relação à Liga Centralização, que negoceia os direitos televisivos de forma conjunta, e espera pelas águias na Cimeira de Presidentes.
Há um decreto-lei. Cabe-nos ouvir as Cidades Desportivas. Temos amanhã uma cimeira e vamos ouvi-los e dar as nossas sugestões (...) E, quando o fizermos, vamos fazê-lo com todos. Por isso, o Benfica colaborou muito no passado nessas reuniões, já houve uma reunião desde que estou em funções e o Benfica colaborou. Ouvi há pouco dizer que a vontade é valorizar e dar dois passos em frente: é com esse espírito que vamos trabalhar
Reinaldo Teixeira sublinha que cabe à Liga ter "a coragem de ouvir" os clubes nos "momentos mais sensíveis" e, ao mesmo tempo, de tomar decisões nas Cidades Desportivas.
Na segunda-feira, o Benfica anunciou que vai suspender a participação nos grupos de trabalho da Liga Centralização, que está a analisar a centralização dos direitos televisivos, e solicitar ao Governo uma audiência com "caráter de urgência", informando-o de que, neste momento, não estão reunidas as condições para avançar com este processo. As águias emitiram um comunicado de sete pontos, em que disparam em todos os sentidos. Neste documento são reveladas várias ações em resposta ao que as águias definem como "graves acontecimentos das últimas jornadas da Liga de Portugal e da final da Taça de Portugal, que desvirtuaram por completo a verdade desportiva".
Os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga de clubes, Pedro Proença e Reinaldo Teixeira, respetivamente, também assumiram a “responsabilidade” de conduzir um “novo ciclo” no futebol português, juntando todos os seus intervenientes.
Os responsáveis máximos pelas duas instituições que gerem o futebol em Portugal discursaram na abertura da Conferência Bola Branca, que se realiza esta terça-feira em Lisboa, tendo Pedro Proença começado por manifestar a sua intenção de “zelar” por futebol português “a um só”.
“É a responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol zelar por um futebol português que, embora com várias lideranças, deve ser um só futebol, direto da base até ao topo, e eu assumo essa responsabilidade”, assegurou o líder da FPF.
Proença transmitiu uma mensagem de união a todo o universo do futebol português, convidando todos os intervenientes que compõem a indústria a fazer parte de uma “mudança de página”.
“É esse o designo que nos guia nos últimos três meses [período que leva de mandato] e que nos irá guiar no futuro próximo. Temos juntado na Cidade do Futebol que será, a partir de agora, a verdadeira casa de todo o futebol português, todos aqueles que querem contribuir de forma positiva para a mudança de página”, declarou, apostado em dar continuidade a esse trabalho.
Pedro Proença reforçou uma ideia reformista, de “mudança de página”, lembrando que a sua entrada na FPF, assim como a eleição de Reinaldo Teixeira na sua substituição na Liga, constituem o início de um “novo ciclo” em Portugal.
“Para trás ficou a presidência da Liga, por mais de uma década, agora liderada e bem pelo meu querido amigo Reinaldo Teixeira, que cumprimento de forma muitíssimo especial. Irá provavelmente falar a seguir sobre os desafios que aguardam hoje a indústria do futebol, o que o futebol profissional necessita neste seu novo ciclo”, anteviu.
Instantes depois, Reinaldo Teixeira seguiu um discurso em linha muito semelhante no qual vincou a pretensão de que o futebol português seja “sinónimo de qualidade, espetáculo, valores e futuro”.
“Queremos fazê-lo com todos, com as sociedades desportivas, os atletas, os nossos parceiros, a Federação Portuguesa de Futebol e também com os decisores políticos na defesa do empoderamento legal, fiscal e financeiro que valorize esta indústria. Assumimos com frontalidade os obstáculos que temos pela frente e reafirmamos com igual convicção de que não nos faltará ambição, energia e sentido de responsabilidade para colocar o futebol profissional num patamar mais elevado. É esse o compromisso da nova direção executiva da Liga”, assinalou, por fim.
