Ronaldo diz que dirigentes do United duvidaram dos problemas de saúde da filha
Num novo excerto da entrevista que tem causado polémica, o português diz ter sentido que não era "justo" deixar a família no hospital para ir fazer a pré-época, ataca a família que é dona do Manchester United e diz-se desiludido com antigos colegas de balneário.
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Cristiano Ronaldo diz ter sentido que dois dos mais altos responsáveis do Manchester United "não acreditaram que algo de mau" aconteceu no verão, quando uma das filhas, Bella Esmeralda, e a companheira, Georgina Rodríguez, enfrentaram um problema de saúde e revelou que essa foi a grande razão para falhar a pré-época do clube.
Em mais um excerto da já polémica entrevista a Piers Morgan, revelada esta noite, o português revela que falou com um diretor e com o presidente do clube para justificar a sua ausência, mas não terá sentido que a sua mensagem foi bem recebida.
"Eles, de certa forma, não acreditaram que tinha acontecido algo de mau, o que me fez sentir mal", confessou o jogador.
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Garantindo que "nunca" vai trocar "a saúde da família pelo futebol, seja agora, há dez anos ou daqui a dez", Ronaldo acrescentou que se sentiu "magoado" com as "dúvidas sobre a palavra" que tinha dado.
"Para mim não foi fácil, mas acima de tudo não o foi para a Bella [a filha] e para a Gio, que passaram uma semana no hospital porque a Bella teve um grande problema", relatou também o jogador, revelando que "por causa disso" não participou na pré-temporada dos ingleses.
"Não podia deixar a minha família para fazer a pré-temporada. Penso que não seria justo deixar a minha família para fazer a pré-época. É por isto que não fui", disse o capitão da seleção nacional.
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Em abril, Cristiano Ronaldo e Georgina Rodríguez anunciaram que um dos dois bebés gémeos - um rapaz - cujo nascimento esperavam tinha morrido.
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"Eles querem é o dinheiro do marketing"
Na mesma entrevista, Cristiano Ronaldo atacou a família que lidera o clube - os Glazer -, defendendo que "não se importam com o lado profissional e desportivo do clube".
"O Manchester [United] é um clube de marketing, o que eles querem é o dinheiro do marketing, não se importam de verdade com o lado desportivo", analisou também.
Questionado sobre se os adeptos - também muito críticos dos Glazer - têm razão, Ronaldo respondeu afirmativamente e garantiu que "todos os jogadores", incluindo o próprio, "querem o melhor para o clube".
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"Os adeptos deviam saber a verdade, deviam saber que os jogadores, e eu também, querem o melhor para o clube. Foi por isso que vim e é por isso que adoro este clube. Mas há coisas no clube que não ajudam o Manchester a chegar ao topo, onde estão o Liverpool, o [Manchester] City e agora até o Arsenal", lamentou.
Cristiano Ronaldo vaticina mesmo um futuro difícil para o clube e alerta que não será difícil que o clube chegue ao topo "nos próximos dois ou três anos".
Sobre as críticas de que tem sido alvo, Ronaldo retoma as duras palavras para o ex-colega Wayne Rooney, dizendo não saber o "porquê" dos comentários do inglês, mas admitindo que possa ser porque "[Rooney] acabou a carreira perto dos 30" enquanto o português "ainda joga".
Outro dos antigos colegas de equipa que se tornaram tema de conversa é Gary Neville, que Ronaldo ignorou há pouco tempo à frente das câmaras quando aquecia para um jogo.
"Eles não deviam ouvir apenas um ponto de vista, deviam ouvir-me a mim também. É fácil criticar quando não se sabe a história toda", replicou.
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Garantindo que nenhum dos dois é seu amigo, o português questiona se têm de o criticar "por terem um trabalho na televisão" e acusa-os de se "aproveitarem" da sua fama "porque não são estúpidos".
"Tenho de viver com isso, mas é difícil ver alguém com quem partilhámos balneário a criticar-nos dessa forma", sublinha também o português. Ainda assim, garante: "Não vou dormir mal por causa das críticas."