Rough recorda goleada a Portugal: "Toda a gente ficou surpreendida por vencermos de forma confortável"
O antigo guarda-redes da Escócia defrontou três vezes a seleção portuguesa. Agora, passadas quatro décadas, alcançar um empate já seria "bom"
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Alan Rough recorda com saudade a vitória da Escócia, por 4-1, frente a Portugal no apuramento para o Euro 1980. Na véspera de um novo confronto entre as duas formações, não tem dúvidas que o cenário atual é bem diferente, favorável à equipa das quinas.
Das 41 internacionalizações do guarda-redes, três foram contra a seleção portuguesa: perdeu no Estádio da Luz, em Lisboa, e empatou e venceu no Hampden Park, em Glasgow. Desse triunfo, conta à TSF, Alan Rough lembra-se especialmente do golo, logo aos cinco minutos, de Kenny Dalglish, "um dos muitos jogadores escoceses de classe mundial que atuavam em Inglaterra". Andy Gray, Steve Archibald e Archie Gemmill também marcaram para os britânicos, orientados por Jock Stein. Pelo meio, para Portugal, que era treinado por Mário Wilson, faturou Fernando Gomes.
No período áureo da Escócia - não falhou qualquer Mundial entre 1974 e 1990, com Alan Rough presente em três -, pontificavam igualmente nomes como Alex McLeish, Gordon McQueen, Joe Jordan ou Graeme Souness. Ainda assim e apesar de Portugal não ser presença assídua nas principais competições naquela época, "ninguém esperava que a Escócia ganhasse por 4-1". "Estávamos numa boa fase, mas toda a gente ficou surpreendida por termos vencido de forma tão confortável", lembra.
Entre 1950 e 1980, nos primeiros dez jogos entre Portugal e Escócia, registaram-se quatro vitórias para cada lado. Daí para cá, os escoceses nunca mais venceram, empatando um encontro e perdendo cinco. Olhando também para isso, Alan Rough considera que arrancar um ponto seria "bom". A equipa de Steve Clarke "não está a jogar particularmente bem", admite, e considera que teve "muita sorte ao sofrer uma derrota tão curta", 2-1, no Estádio da Luz, no encontro da primeira volta da Liga das Nações.
O antigo internacional destaca a valia de jogadores como o lateral esquerdo Andrew Robertson, do Liverpool, e os médios Scott McTominay e Billy Gilmour, do Nápoles. Por outro lado, escasseiam "avançados de qualidade", ao contrário de Portugal. "A seleção portuguesa tem avançados capazes de ganhar jogos. Se contássemos com eles por uma noite, talvez tivéssemos mais chances", compara.
Um ponto a favor da Escócia é o "velho" Hampden Park, a casa da seleção. O recinto, que chegou a ser o maior do mundo, entre 1908 e 1950, com capacidade para cerca de 150 mil pessoas, tem agora 52 mil. Apesar da diminuição, frisa Alan Rough, continua a ser "um excelente estádio", com "uma atmosfera ótima". "Os nossos adeptos fazem muito barulho e isso acontece em todas as bancadas. Até parece que o estádio se está a mover", descreve.
O Escócia-Portugal, referente à quarta de seis jornadas da Divisão A da Liga das Nações, realiza-se, esta terça-feira, às 19h45, em Hampden Park, em Glasgow. Se vencer e se a Polónia não ganhar à Croácia, a seleção de Roberto Martínez apura-se já para os quartos de final da prova.
