Rui Costa diz que "divisão" no Benfica "é natural" e critica centralização: "Se os clubes perderem dinheiro, quem é que fica a ganhar?"
Em entrevista à TSF, o presidente do Benfica afirma que o trabalho do Benfica no mercado tem de ser "elogiado"
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O presidente do Benfica, Rui Costa, considera que é normal haver divisão no clube num momento em que se atravessa um período eleitoral, mas não abordou diretamente as confusões na última assembleia-geral.
"Há seis candidatos, há várias fações e é natural que cada pessoa tenha o seu candidato preferido e haja alguma divisão", explica em entrevista à TSF.
Ainda assim, é trabalho do próximo presidente unir de novo os adeptos: "Eu espero que nodia em que estiver encerrado este processo eleitoral do Benfica, nós voltaremos a ser a família do Benfica e não o grupo A, B ou C do Benfica. É a missão do presidente que cá estiver. Se eu cá estiver é uma das minhas missões é promover ao máximo o benfiquismo na sua união completa e esperar que os sócios que estão hoje comigo ou com outros candidatos percebam toda essa situação e que, de uma vez por todas, possa haver um só Benfica que é aquilo que nos faz tão grandes quanto nós somos e precisamos de estar mais unidos do que nunca."
O presidente do Benfica e recandidato nas eleições de 25 de outubro garante que não o preocupam as sondagens ou uma eventual segunda volta: "Preocupa-me o Benfica."
A centralização dos direitos televisivos também foi tema e Rui Costa acusa as entidades promotoras de não garantirem que nenhum clube vá perder valor na venda desses direitos.
"O Benfica está preocupado. O Benfica tem um valor de direitos televisivos dos quais não pode prescindir", disse, revelando que tem propostas mais altas para os próximos anos e que ainda não fechou contrato porque espera receber ainda mais.
"Se os clubes perderem dinheiro, quem é que fica a ganhar com a centralização? (...) Se todos ganharem, o Benfica concorda", garante, dizendo que não pode concordar com uma medida em que todos os clubes percam: "Onde é que está o ganho?"
Rui Costa afirma que o trabalho do Benfica no mercado tem de ser "elogiado", considerando que se olha muito mais para o valor das compras do que das vendas.
"Nunca permitiria o descalabro das contas do Benfica. O Benfica nunca violou o fair play financeiro, não precisou de perdões bancários", afirma, num claro ataque aos dois principais rivais.
Ainda assim, Rui Costa assume o aumento do passivo, mas explica isso com os gastos durante o período da Covid-19, dizendo que essa fatura foi paga mais tarde.
"O Benfica está muito mais pronto hoje do que estava há quatro anos", afirma.
Sobre a alegada falta de aposta na formação, Rui Costa diz que mais nenhum clube utiliza tanto jogadores da formação e que está acima da média nas equipas da Liga dos Campeões.
O presidente do Benfica atacou João Noronha Lopes por, no passado, ter sido contra a construção do atual Estádio da Luz e que o mesmo está agora a acontecer com o Benfica District.
Nesse sentido, Rui Costa diz que, entre outras coisas, este projeto aumentará a capacidade do estádio para 80 mil lugares, já que "o Benfica tem uma lista de espera enorme para o red pass", e que o projeto terá um retorno de 40 milhões de euros para o clube.