Data foi anunciada pela juíza de instrução criminal Cláudia Pina.
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Rui Pinto, criador do Football Leaks, acusado de 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, sabe em 13 de janeiro, pelas 14h00, se vai a julgamento.
A data foi anunciada pela juíza de instrução criminal (JIC) Cláudia Pina, do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, após a realização da sessão de debate da instrução, fase facultativa que visa decidir por um JIC se o processo segue e em que moldes para julgamento, requerida pela defesa dos dois arguidos no processo: Rui Pinto e o seu advogado, à data dos factos, Aníbal Pinto.
Em 19 de setembro, o Ministério Público (MP) acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, do fundo de investimento Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República, e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.
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O advogado de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota, afirma não acreditar que a acusação caia por completo. À saída do tribunal explicou que a acusação é "demasiado ampla" e, por isso, o processo deve seguir para julgamento.
"Vejo que, tendo em conta os factos que constam dos autos e a perspetiva do Rui Pinto, fosse natural, em sede de instrução, acabar com tudo o que era acusação. A acusação é muito ampla, muito vasta, e não era tecnicamente fazível, nesta fase, em julgamento", explicou Francisco Teixeira da Mota.
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Ainda assim, o advogado espera que, depois da fase de instrução, Rui Pinto deixe de estar em prisão preventiva, até porque, para Teixeira da Mota, a medida de coação não se justifica.
"Somos naturalmente contra a prisão preventiva. Neste momento é mantida por um único crime, que é a tentativa de extorsão e tem servido, como disse o advogado do doutor Aníbal Pinto, para outros fins, nomeadamente para manter a prisão preventiva do Rui Pinto", afirmou o advogado.
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À espera de uma decisão, o advogado garante que Rui Pinto continua confiante.
"Ele é uma pessoa corajosa e que está com força para aguentar. É uma situação naturalmente penosa, está privado de liberdade", acrescentou Francisco Teixeira da Mota.
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