Em terra de bruxas, Conti foi "El Mago". Golo solitário leva Benfica aos quartos da Taça
Central argentino foi o autor do único golo da partida em Montalegre.
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Foram prometidas bruxas e elas apareceram mesmo nas bancadas do estádio do Montalegre. O diabo também por lá andava. Foi em festa que o norte do país recebeu o Benfica no jogo em que se disputou o acesso aos quartos-de-final da Taça de Portugal. Mas foi um mago que decidiu.
O jogo começou com ambas as equipas a conseguirem colocar a bola muito perto das balizas. Ficava a faltar, na hora de definir, mais pontaria e mais tração a julgar pela quantidade de jogadores que acabou no chão depois de rematar a bola.
Tiago Guedes brilhou pela primeira vez aos 12 minutos, quando defende quase à "queima-roupa" um cabeceamento de Seferovic. O jogo em Montalegre ia ganhando uma dimensão cada vez mais física e o treinador dos nortenhos assistia a tudo isto... na bancada. José Viage está a cumprir uma suspensão de 85 dias e não foi autorizado a sentar-se no banco de suplentes da equipa da Série A do Campeonato de Portugal.
Aos 31 minutos, coube ao argentino Conti inaugurar o marcador. Zivkovic bateu o canto a partir do lado direito do ataque benfiquista e o central, no centro da área, subiu mais alto que todos os outros, acabando por cabecear sozinho para o fundo da baliza de Guedes. Momentos depois, Conti deixou a festa subir-lhe à cabeça e viu um amarelo alaranjado por falta no meio-campo.
Roberto podia, aos 35 minutos, ter deixado tudo empatado. Sozinho entre os centrais do Benfica, não conseguiu desviar a bola para a baliza. Talvez precise de ir à bruxa.
Dez minutos depois do primeiro golo do Benfica, Tiago Guedes não deixou que o segundo fosse exatamente igual e foi ao chão para defender uma bola que tinha sido cabeceada da marca de penálti por um jogador benfiquista. O jogo chegou ao intervalo com o Benfica a vencer pela vantagem mínima.
Logo no arranque do segundo tempo, Seferovic aproveitou uma entrada em falso da equipa de Montalegre e assustou Tiago Guedes com um remate cruzado que acabou por ser inofensivo. O guarda-redes do Montalegre ia sendo um autêntico bruxo, tal era a barreira quase mágica que conseguiu erguer à frente da sua baliza. Nem Seferovic, nem João Félix, nem Zivkovic, nem Corchia conseguiam levar a melhor sobre o guardião.
Aos 62 minutos, o único dos 11 jogadores do Benfica que conseguiu quebrar este selo mágico tentou repetir a proeza, mas sem grande efeito. Cabeceou novamente após um pontapé de canto, mas desta vez Guedes venceu o duelo e, na recarga, Conti não fez melhor.
Contavam-se 67 minutos de jogo quando Svilar também pareceu acreditar em magia. O jovem guardião belga confiou num golpe de vista e por pouco não viu a bola entrar na sua baliza para o golo do empate.
O jogo voltava a ter uma toada física e, mais do que tática, havia sobretudo vontade: do Benfica em aumentar a vantagem e do Montalegre em alcançar o empate. A vontade não era, no entanto, a melhor conselheira no que dizia tempo à definição no momento do último passe ou do remate.
Guedes, por seu lado, continuava a mostrar que um bom feitiço é praticamente impenetrável. O guarda-redes do Montalegre assinou uma exibição seguríssima e permitiu à sua equipa acreditar até ao último momento da partida. Tanto que já nos descontos Zangão tirou Corchia do caminho e sonhou com um golo à Ribéry. Mas o remate saiu torto.
O Benfica venceu por 1-0 e bem pode agradecer ao mago de serviço, Germán Conti, o golo solitário que valeu a passagem aos quartos de final. Não há, no entanto, lugar para ilusões: este Benfica tem que jogar mais. Caso contrário, a magia pode um dia esgotar-se.
Conti marcou o único golo da partida aos 31 minutos.
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Onze do Benfica: Svilar, Corchia, Conti, Jardel (C), Yuri Ribeiro, Alfa Semedo, Gabriel, Krovinovic, João Félix, Zivkovic e Seferovic
Onze do Montalegre: Tiago Guedes; David Carvalho, Vítor Alves, Vítor Pereira e Zack; Lio e Bela Tavares; Prince Bonkat, Márcio Ferrari e Gabi (C); Paulo Roberto.
Praticamente ao mesmo tempo, em Alvalade, o Sporting recebeu o Rio Ave, vencendo por 5-2.
Suplentes do Benfica: Bruno Varela, Rúben Dias, Samaris, Gedson, Cervi, Castillo e Ferreyra.
Suplentes do Montalegre: Viana, Embaló, João Fernandes, Roberto, Álvaro Branco, Anderson Zangão e Beto.
Manuel Oliveira foi o árbitro desta partida.