
O médio Dzagoev assume-se como a estrela da seleção russa
EPA
O país dos czares recebe pela primeira vez o campeonato do mundo de futebol.
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Realizar um Mundial em casa é uma honra, mas principalmente um bom negócio, sendo que nos dias que correm é uma excelente oportunidade de afirmação externa para quem o saiba aproveitar.
Só que tem sempre um problema acrescido : quando se trata de um país com alguma história no futebol, surge sempre a pressão suplementar de ser apontado como um candidato ao título. A Rússia quis muito ter o Mundial em casa e fez tudo por isso. Mas, vendo bem, talvez tenha sido mais fácil conseguir a organização do que ganhar a competição.
O grande sonho de grandeza da Rússia atual passa também pelas conquistas desportivas, embora não disponha hoje da estrutura da velha União Soviética. E, mesmo nesses tempos, só por uma vez demonstrou inequivocamente a sua pujança, nos idos de 1966, quando atingiu as meias-finais e acabou derrotada por Portugal na decisão do último lugar do pódio. O tal duelo selado pelo aperto de mão entre Yashin e Eusébio.
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Jogar em casa é, no plano teórico, uma vantagem, mas o facto é que nas 20 edições anteriores do Mundial só por seis vezes venceu a anfitriã. O que significa que nas restantes 14 competições de nada serviu, mesmo a equipa com potencial mais do que comprovado para a conquista.
Ora, não é exatamente esta a exigência em relação à seleção russa em 2018. Fora da lista de favoritos, a Rússia de Stanislav Cherchesov mudou desde o último Europeu, ainda que continua a ter um ataque melhor do que a defesa.
Há, no entanto, outro tipo de incumbência, porventura a mais importante para esta campanha : rubricar uma carreira que mostre ao mundo que o futebol russo está vivo e que não abandonou o sonho de grandeza. Que, esperam eles, há de voltar um dia.