Saída de Ramos permite ao Benfica não ter "obrigatoriedade de vender mais" nesta época
Rui Costa assinalou que o negócio permite ao clube cumprir o exercício financeiro sem precisar de vender outros jogadores: "Caso contrário, trocaríamos esta venda por quatro ou cinco vendas para fazer o mesmo valor."
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O presidente do Benfica, Rui Costa, explicou esta terça-feira em entrevista ao canal oficial do clube que a venda do avançado português Gonçalo Ramos permitiu impedir a saída, neste verão, de jogadores como David Neres, Morato, Florentino Luís, Petar Musa, António Silva e João Neves e dá ao Benfica a possibilidade de não ter de fazer qualquer outra venda para cumprir as necessidades financeiras.
Em declarações à BTV, o líder dos encarnados explicou que o negócio feito com o Paris Saint-Germain - um empréstimo com opção de compra no valor de 65 milhões de euros que pode ser acionada por qualquer dos clubes e outros 15 por objetivos - foi assim estruturado por razões de fair play financeiro dos parisienses.
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Apesar de reconhecer que alguns adeptos poderão ter ficado desiludidos com a venda de um jovem titular que teve rendimento na última época, Rui Costa garantiu que, com um negócio, foi possível impedir outros.
"Impedimos a saída do Neres, impedimos a saída do Morato, impedimos a saída de Florentino, impedimos a saída do Musa, tivemos outras propostas para o António [Silva] e para o João Neves, que são também do conhecimento público e, portanto, esta venda permitiu-nos essencialmente apontar aos aspetos positivos, salvaguardando os financeiros", apontou, assinalando que "caso contrário, trocaríamos esta venda por quatro ou cinco vendas para fazer o mesmo valor".
Em termos financeiros, explicou, "o que é feito no ano transato, a venda de Enzo Fernández nomeadamente, em termos de exercício de clube, finaliza a 30 de junho e, portanto, nada tem a ver com se tínhamos ou não capacidade financeira para enfrentar esta época. Tem a ver com o exercício".
Assim, garante, a venda de Gonçalo Ramos permite ao Benfica "chegar ao final da época sem ter obrigatoriedade de vender mais nenhum jogador".
Quanto ao timing do negócio, que se arrastou "bastante mais do que era previsível" e acabou por acontecer em cima da Supertaça Cândido de Oliveira, Rui Costa explicou que "na cabeça do Gonçalo já não estava" esse jogo e que este acabou por ser preparado "sem a presença" do avançado.
"É legítimo, é normalíssimo que o jogador já não esteja cá com a cabeça e sobretudo que não queira arriscar nada" que coloque a transferência em risco.
Episódio Vlachodimos "acabou por ser público"
Já sobre a saída de Odysseas Vlachodimos, guarda-redes grego que acabou por rumar ao Nottingham Forest, Rui Costa recusou "varrer para debaixo do tapete o que aconteceu, porque acabou por ser público".
Com o guardião a perder a titularidade e espaço na equipa, e também por vontade do próprio, foi necessário encontrar uma solução: "Nunca deixou de estar ponderado, porque o Odysseas no ano passado - se se lembram -, quando faltavam sensivelmente dois dias para acabar o mercado, tem uma proposta do Ajax muito vantajosa para ele e nós nem sequer pudemos olhar para uma proposta, para a vontade do jogador ou para aquilo que era a nossa vontade, porque estávamos a dois dias efetivamente de fechar o mercado e não tínhamos nenhuma solução."
Neste verão a resposta acabou por ser o ucraniano Anatoliy Trubin, que "precavia não só a concorrência na baliza, mas também uma possível saída do Odysseas", que acabou por acontecer.
Agora, Rui Costa está convencido de que o ex-Shakhtar será "um dos melhores da Europa nos próximos tempos".