
Amr Abdallah Dalsh/Reuters
O egípcio Mohamed Salah foi a grande revelação da temporada no futebol europeu, tendo sido mesmo considerado o melhor jogador da Liga Inglesa, mas a derrota na final de Liga dos Campeões, exatamente perante o Real Madrid de CR7 e Modric, retira-lhe quase todas as possibilidades de bater os dois rivais na votação para Jogador do Ano da UEFA.
Para quem tinha muito a provar após a transferência para o Liverpool (oriundo da Roma), Salah respondeu com golos: 44 ao serviço dos Reds em todas as competições da época 2017/18. Tantos quanto Cristiano Ronaldo e apenas menos um do que Messi. O egípcio teve ainda participação direta (concretizações e assistências) em 58 golos do Liverpool.
Uma evolução estratosférica para um jogador que tinha como recorde pessoal de temporada os 19 golos apontados ao serviço da Roma em 2016/17, e que falhara a sua primeira grande oportunidade de afirmação ao mais alto nível, no Chelsea de Mourinho.
No entanto, dificilmente Salah será na mesma temporada a grande revelação do futebol europeu e o Jogador do Ano para a UEFA. Para fazer esta "dobradinha" o africano precisava de ter ganho a medalha da Liga dos Campeões, na final perante o Real Madrid, mas este acabou por ser um encontro especialmente amargo para o egípcio, que teve de abandonar o relvado aos 30 minutos de jogo devido a uma lesão que viria ainda a limitar o seu protagonismo no Mundial 2018.
É caso para dizer que Salah já ganhou o seu prémio ao conseguir um lugar nos três nomeados finais, até porque se pode questionar a sua presença em detrimento de Messi, que relegou o jogador do Liverpool para segundo lugar na Bota de Ouro europeia (34 golos do argentino contra 32 de Salah), fazendo o mesmo no ranking de assistências nas respetivas ligas (12 assistências de Messi para 10 de Salah). Além do mais Messi foi campeão espanhol, enquanto o Liverpool de Salah foi terceiro na Premier League.
A preferência por Salah demonstra mais uma vez a importância atribuída ao desempenho na Liga dos Campeões: o Barça ficou nos quartos de final; o Liverpool chegou à final, goleando todos os adversários pelo caminho; Messi marcou seis golos e fez duas assistências; Salah assinou 10 golos e realizou quatro assistências.
Acrescente-se ainda que no trio de finalistas ao prémio da UEFA, Salah pode ser visto como uma espécie de aposta para o futuro a curto prazo, uma vez que tem 26 anos, contra os 32 de Modric e os 33 de Ronaldo.