A saída de Helton Leite abre caminho a mais oportunidades para os guarda-redes da formação do Benfica. Samuel Soares é o atual titular da equipa B, na Segunda Liga. Mais jovem, André Gomes convence nos sub-23.
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Têm em comum a presença assídua nas seleções jovens, mas também algumas características que o futebol de formação do Benfica privilegia e que os tornam alternativas a um guarda-redes como Odysseas Vlachodimos. O treinador João Pinto trabalhou na formação das águias com os dois atletas que hoje treinam às ordens de Roger Schmidt.
João Pinto foi treinador-adjunto na formação do Benfica durante um ano. Nesse período trabalhou de perto com Samuel Soares (de 2002, tem 20 anos) no escalão de sub-16, um jogador que se destacava por ter alguns dos indicadores fundamentais para definir um guarda-redes com potencial pelas águias: "A capacidade física, o jogo com os pés e o potencial de crescimento que tinha, em termos físicos, sendo ainda um adolescente, eram os fatores que o distinguiam."
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Sendo o Benfica um clube que privilegia a qualidade de jogo e a posse de bola - tal como a capacidade de jogar com os pés -, João Pinto vê em André Gomes (nascido em 2004, tem 18 anos) um guardião com as características valorizadas no Seixal, mas com uma atitude competitiva que impressiona: "A capacidade de trabalho e a resiliência foram capacidades que me fizeram reparar no André, as que o diferenciavam dos outros. Era iniciado de 1.º ano, mas treinava no escalão etário superior."
Mesmo depois da saída de João Pinto do Benfica, o percurso de André Gomes continuou no mesmo sentido, já que "tem estado sempre num escalão superior". Hoje tem idade para jogar nos juniores, mas soma minutos nos sub-23 desde a temporada passada. "Para os outros jogadores é um exemplo, daí ser capitão em muitos escalões de formação e também na seleção nacional."
"É um guarda-redes muito interessante, com uma capacidade na baliza fora do comum, com muita capacidade com os pés", descreve João Pinto, atual treinador adjunto no clube Os Limianos, em Ponte de Lima, de onde é natural, tal como André Gomes.
"Conheci o André [Gomes] era ele do escalão traquina, num torneio aqui em Ponte de Lima, jogava num clube local. Vi-o na baliza e perguntei a um outro treinador quem era ele. O meu colega não me soube dizer. Só alguns anos depois fiz essa relação, entre o guarda-redes que vi jogar com oito ou nove anos e o jogador que reencontrei no Benfica."
Mas o que procuram os responsáveis do Benfica num guarda-redes jovem? "A capacidade física, altura, a fisionomia é importante para estes clubes. Falando na formação do Benfica, numa escola que privilegia a posse de bola, que, normalmente, entra para vencer todos os jogos. Têm de ter uma capacidade de jogo com os pés acima da média. Ainda algumas questões técnicas como o posicionamento na baliza, o jogar nas costas da linha defensiva. São questões que acabam por ser trabalhadas na academia."