São Jacinto, em Aveiro, que já foi palco de campeonatos da Europa e do mundo de surf, ganhou, este fim de semana, um Centro de Alto Rendimento (CAR) da modalidade.
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Uma obra que esteve parada durante três anos, porque o empreiteiro faliu e não havia quem quisesse assumir a obra parada. Porque parou, perdeu fundos comunitários e acabou apenas comparticipada em 46%, de um valor total de 1,3 milhões de euros.
O CAR de Surf de São Jacinto veio fechar a lista de centros de alto rendimento do país. As portas abriram e agora há que dinamizar o espaço.
Rodeado de areia, com uma estrutura parcialmente em madeira, o CAR de São Jacinto contém um dormitório com capacidade para 30 pessoas, uma cozinha, salas para formação e desenvolvimento da modalidade.
"Achámos que São Jacinto tinha condições ótimas e não tinha uma população surfista local, o que nos dava algumas facilidades em termos de estágios", conta Rui Félix, que era o diretor técnico da Federação Portuguesa de Surf, em 2008, quando sonhou com um Centro de Alto Rendimento em São Jacinto.
As ondas da reserva natural de São Jacinto reúnem condições ideais para a prática de surf. "São Jacinto já foi palco de campeonatos da Europa e do mundo e sabíamos que tínhamos aqui boas condições. É uma parte de Portugal desconhecida em termos de surf. Apenas vêm do Porto ou de Espinho, por uma questão de acessibilidade, mas tem ótimas ondas", explica.
A obra do Centro de Alto rendimento de Surf foi uma obra difícil de levar a bom porto, o empreiteiro faliu e foi difícil encontrar outro que aceitasse "surfar" a onda, como conta Ribau Esteves, o autarca de Aveiro. "Foi um conjunto de problemas, uns por responsabilidade da Câmara, outros não. Mas, temos muito gosto de ter aqui 700 mil euros nossos, o que aumenta a nossa responsabilidade na dinamização do espaço".
O presidente da Câmara de Aveiro, que se assume praticante de Surf há quatro anos, explica o porquê da criação do centro de alto rendimento em São Jacinto: "Portugal entrou muito bem na onda do surf e esta costa aveirense tem um papel para desempenhar, somado às outras parcelas do território que tiveram esta aposta, nomeadamente, Nazaré, Viana e Peniche", acrescenta.
Depois de criado, é preciso agora dinamizar o centro de alto rendimento de Surf. Já na próxima semana fica terminado o calendário de iniciativas para os próximos seis meses. Destacam-se as ações de formação para árbitros da modalidade, mas a formar-se na onda está também a possível realização de provas internacionais.