Seleção de andebol com "motivação extra" por Quintana: "Também é para ele que estamos a fazer isto"
Diogo Rêma foi o homem do jogo frente à Espanha. O guarda-redes de andebol garante à TSF foco total para o jogo decisivo
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A Seleção Nacional de andebol está a quebrar todas as barreiras e apurou-se para a meia-final do Mundial. O próximo adversário é a Dinamarca, atual tricampeã do mundo e campeã olímpica. Em entrevista à TSF, Diogo Rêma, guarda-redes, contou como a equipa viveu o jogo histórico frente à Alemanha, falou do espírito que se vive no grupo e da “motivação extra” por Alfredo Quintana, guarda-redes da seleção nacional e do FC Porto que morreu em 2021 devido a uma paragem cardiorrespiratória durante um treino dos dragões.
Como é que foi vivida a noite de ontem, como é que foram os festejos? Com esse jogo amanhã [meia-final frente à Dinamarca], não há muito tempo para celebrar, não é?
Sim, claro que celebramos logo na altura, mas não há tempo para grandes festejos, porque há jogo já amanhã e queremos preparar o jogo da mesma forma que preparamos outros jogos, por isso acho que estar o máximo focado possível.
A vitória foi mesmo ali nos últimos segundos, no prolongamento, como é que quem no banco, como é que se sentiram quando viram também o Martim a avançar para marcar, como é que foi vivido esses momentos finais?
Foi uma explosão de alegria enorme, foi incrível aquele momento e acho que não nos caiu a ficha logo que estávamos nas meias-finais, porque é complicado interiorizarmos uma coisa dessas, mas a verdade é que conseguimos e ficamos muito contentes.
Quando o veem a avançar a 5 minutos do fim, com aquela confiança, acreditam que é possível acontecer?
Sim, claro que sim, são este tipo de jogos que nós queremos jogar e nós temos que estar preparados para este tipo de jogos, a nossa carreira resume-se nestes jogos e acho que tenho a certeza absoluta que cada um de nós vai dar o máximo possível de nós próprios, por isso estou seguro que vamos continuar a acreditar e com essa determinação.
Quem vê de fora, Diogo, dá a sensação que a equipa está muito confiante e também muito coesa, como é que tem sido partilharem todos juntos esta experiência? O que é que vocês vão partilhando uns com os outros?
Acho que a união do grupo é muito boa, porque desde o primeiro jogo que viemos todos pelo mesmo e que estamos todos a remar na mesma direção, trabalhamos todos de igual forma de modo a conseguir atingir os nossos objetivos e já demos muito espaço em frente e é muito bom estarmos neste patamar e a jogar contra as melhores seleções do mundo e isso também nos motiva ao longo da competição.
Foste o homem do jogo frente à Espanha, ainda és muito jovem, há dois anos estavas a ser chamado para a seleção, de repente consegues um feito desses, como é que está a ser o crescimento na seleção e como é que te sentiste no final do jogo contra os espanhóis?
Provavelmente se me perguntassem isto há uns tempos atrás eu não acreditaria, mas a verdade é que conseguimos ganhar estas seleções que eram teoricamente mais fortes que nós e que tinham um histórico na modalidade muito melhor do que o nosso, mas a verdade é que o andebol em Portugal está a evoluir e é muito bom fazer parte do grupo.
O que é que tu achas que tem sido a chave para este sucesso, é mesmo essa união, aquilo que vocês vão sentindo uns com os outros e estarem a querer crescer uns com os outros?
Sim, acho que acabamos por crescer muito neste tipo de competições porque são as equipas mais fortes do mundo e se houver essa união e esse espírito de trabalho em equipa e de evolução constante torna-se muito mais fácil.
A baliza tem sido uma das chaves desta equipa, obviamente que também se tem marcado muitos golos, mas também se tem defendido muitos e isso é um trabalho teu e também do Capdeville, como é que tem sido esse trabalho em conjunto?
Tem sido bom, acho que temos feito uma boa análise em relação a isso e temos tido algum espírito de entre-ajuda e vamos falando uns com os outros, analisando com o treinador de guarda-redes também tem sido mais fácil e acabamos por ter sucesso.
Há um nome que certamente anda sempre entre vocês no balneário, obviamente o nome de Alfredo Quintana, é impossível não falar sobre ele. Pensa-se muito nele nestas alturas, contam histórias, como é que tem sido vivido também este mundial que se torna também mais especial?
Sim, é sempre bom recordar uma pessoa como ele, ainda por cima na posição de guarda-redes e também é para ele que estamos a fazer isso. Isso serve sempre de inspiração para toda a equipa, é sempre uma motivação extra.
Estão nas melhores quatro seleções do mundo, estão claramente a viver um sonho, têm agora a Dinamarca pela frente, como é que se continuam a sonhar e o que é que se pode esperar para esse jogo decisivo de amanhã?
Tal como quando ganhamos à Espanha não relaxámos e continuamos a preparar bem os nossos dois jogos seguintes, devemos fazer exatamente o mesmo para este. Para estarmos neste nível, nós queremos manter neste nível, como é óbvio e para isso temos que continuar o nosso trabalho e não nos desfocarmos daquilo que é o essencial, que é o trabalho e o foco naquilo que temos que fazer e na análise dos adversários.
Está a ser tudo muito melhor do que aquilo que pensaram quando chegaram à Noruega?
Sim, claro que tínhamos o objetivo de ir o mais longe possível, mas claro que superou as nossas expectativas. Esperamos continuar a jogar bem e a fazermos o melhor resultado possível.
