Sem assumir candidatura, Villas-Boas sente-se "destinado" a ser presidente do FC Porto
Aos 45 anos e com a certeza de que, pelo menos até junho de 2024, não volta a trabalhar como treinador de futebol, defende que Conceição devia ter renovado com os dragões logo depois da eliminatória da Liga dos Campeões com o Inter de Milão.
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O antigo treinador do FC Porto André Villas-Boas acredita que o lugar de presidente do clube lhe está "destinado", mas recusa esclarecer já se vai ou não candidatar-se às eleições do próximo ano, contra Pinto da Costa.
"Como sou muito vinculado à emoção e à intuição, fui invadido por esse tipo de sentimentos e emoções que me confirmam, se bem que é algo que estará na mão dos outros - dos votantes evidentemente -, que um dia esse lugar me está destinado", reconheceu o também piloto em declarações à SportTV, afastando esclarecer se tal "é para agora, em 2024, em 2028 ou em qualquer outra mudança de estatutos que possa estar prevista e que venha alterar os anos em que as eleições são ditadas".
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Reconhecendo que, "nesta fase", é incapaz de dar "respostas concretas", Villas-Boas não se coibiu, no entanto, de deixar críticas à gestão do FC Porto nos últimos anos, embora com elogios a Pinto da Costa.
"Nos últimos anos tivemos uma gestão desportiva desenquadrada das realidades financeiras do clube e que muito sucesso nos trouxe, fruto de uma pessoa capaz de encarar todos os valores e princípios do FC Porto e com uma capacidade de exigência e intransigência invulgares", explicou, sem deixar de notar que "a situação económica do FC Porto está cada vez pior há muitos anos".
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Já na dimensão de adepto, confessa que "a primeira coisa que gostava de ver resolvida" é a renovação de Sérgio Conceição, em nome do "conforto que um portista gostava de sentir" em relação ao futuro.
"Para mim, devia ter renovado pós-Inter, ganhando ou perdendo o jogo, porque assim o merece há largos anos e porque, se assim fosse, se teria evitado, se calhar, estes cenários de namoro, fruto da sua qualidade e da qualidade do trabalho que tem feito", assinalou à margem de uma conferência em Matosinhos.
Villas-Boas avisa até que a demora neste dossiê gera questões aos adeptos, que querem saber "para quando" é, "porque é que não avança" ou até se "o próprio não quer".
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"Também não sei, porque não falo com ele, portanto, onde é que estão as respostas a essa pergunta? Era esse o conforto que um portista gostava de sentir relativamente à construção de um futuro com um treinador que tanto nos tem dado", reconheceu.
Certo, garantia do próprio, é que "até junho de 2024" não vai trabalhar como treinador de futebol, uma decisão que tomou quando saiu dos franceses do Marselha "para apostar na educação e desenvolvimento pessoal".
Sobre a próxima época, avança com uma comparação com a campanha "de 2010, porque arranca com uma Supertaça contra o Benfica, campeão nacional", depois de o FC Porto ter conquistado "três troféus", mas ter falhado no "principal, que é o campeonato".
"Portanto, a Supertaça contra o Benfica pode ser, esperemos, tal como em 2010, o sustento para uma grande época desportiva de 2023/2024", assinala o treinador sobre a época em que, chegado ao FC Porto a partir da Académica, ganhou a Supertaça, a Taça de Portugal, a Primeira Liga e a Liga Europa.