Em entrevista a um programa australiano, a tenista insiste que foi vítima de sexismo e nega ter feito batota durante a final do US Open.
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Serena Williams mantém que não recebeu indicações do treinador durante a final do US Open, na qual foi castigada pelo árbitro português Carlos Ramos, e que acabou por perder para a tenista japonesa Naomi Osaka, de 20 anos.
Na primeira entrevista que deu após a polémica final, ao programa de televisão australiano "The Sunday Project" - que deverá ser transmitido no próximo domingo -, Serena Williams, de 36 anos, voltou a falar em discriminação contra as mulheres no desporto.
O árbitro Carlos Ramos penalizou a tenista norte-americana depois de, alegadamente, esta ter comunicado com o seu treinador, Patrick Mouratoglou, enquanto disputava final do torneio US Open, a 8 de setembro. A tenista foi ainda castigada por partir uma raquete, num acesso de raiva. A atleta chamou ao árbitro um "ladrão" e um "mentiroso", exigindo-lhe um pedido de desculpas.
Serena Williams nega que tenha feito batota e afirma que foi alvo de discriminação por ser mulher - apesar de o treinador da tenista ter já admitido, em declarações à ESPN, que tentou dar indicações durante o jogo.
"Eu estava a dar-lhe indicações, mas acho que ela não olhou para mim", afirmou Patrick Mouratoglou, acusando o treinador da adversária de Serena Williams de fazer o mesmo. "Toda a gente o faz 100% do das vezes", declarou, optando por atacar o árbitro português. "Há uma regra sim, mas não se lixa assim a final de um Grand Slam e se faz disso um drama", criticou. "Ele tratou-a como uma batoteira, ela sentiu-se completamente humilhada".
No entanto, na entrevista que agora concedeu, Serena Williams mantém a sua palavra e desmente o treinador. "Não percebo do que é que ele estava a falar. Nós nunca comunicámos por sinais", garantiu.
A tenista voltou a insistir que, no mundo do desporto, os homens e as mulheres deveriam ser tratados da mesma forma, insinuando que o comportamento que teve seria tolerado se tivesse partido de um atleta masculino. "Se és uma mulher deverias poder fazer pelo menos até metade do que um homem pode fazer", disse Serena Williams.