Sérvia: o país das incógnitas

Se quisermos falar estritamente da participação da Sérvia nos Mundiais de futebol é muito fácil: só por lá passou uma vez e nem sequer foi além da fase grupos. Falamos de 2010, porque, antes disso, a Sérvia, como a conhecemos hoje, nunca entrou na lista dos Campeonatos do Mundo.

Simplesmente, a Sérvia é formalmente reconhecida como a herdeira da extinta Jugoslávia e, vendo a questão deste prisma, o caso muda radicalmente de figura. É que o futebol jugoslavo tem - e fez - história, de tal forma que até ao Mundial de França, em 1998, registou duas presenças nas meias-finais e mais dois apuramentos para os quartos de final.

Claro que o desmembramento da Jugoslávia teve consequências a todos os níveis e, como seria inevitável, o futebol não escapou. Em 2006, no Mundial da Alemanha, ainda surgiu a seleção da Sérvia e Montenegro, de curta duração, pelo que só depois a situação passou a ser a que atualmente vigora.

audio TSF\audio\2018\06\noticias\06\06_junho_2018_mundial2018_servia_o_pais_das_incognitas Ouça a crónica de Mário Fernando sobre a seleção da Sérvia

Não se pense que, do ponto de vista individual, os jogadores sérvios perderam qualidades. A capacidade técnica reconhecida em muitos deles nem sequer é o problema, pois quem dispõe de Matic, Milinkovic ou Zivkovic, entre outros, pode equacionar qualquer coisa. A questão, como se tem visto neste últimos anos, prende-se com a organização interna, sempre em sobressaltos.

Até mesmo nesta qualificação para a Rússia, realizada com ótimos resultados, houve polémicas por causa das convocatórias que levaram à saída do selecionador Slavoljub Muslin e à sua substituição por Mladen Krstajic.

O que significa que nos conturbados meandros da federação sérvia nem mesmo o apuramento para um Campeonato do Mundo garante a continuidade de um responsável técnico.

Posto isto, que pode esperar-se desta seleção em 2018? Depois de tantos episódios e de sinais distintos, é melhor nada prever. Será garantidamente mais seguro.