
Nos últimos dias, a China tem tomado medidas rígidas com os eventos desportivos para tentar evitar a propagação da doença
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António Franco, treinador de futebol português que está a trabalhar na China, diz que várias atividades desportivas foram suspensas e anular o Campeonato Mundial de Atletismo de Pista Coberta "está em cima da mesa", garante o presidente da Federação de Atletismo, Jorge Vieira.
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A Confederação de Futebol da Ásia confirmou que os jogos da Liga dos Campeões asiática vão continuar, embora com medidas preventivas para fazer frente à propagação do coronavírus. Ainda esta terça-feira de manhã, o Shanghay SIPG, clube treinado pelo português Vitor Pereira, venceu por 3-0 o Buriram United, jogo do playoff da Liga dos Campeões, num estádio sem adeptos. Xangai, a cidade deste clube e a mais populosa da China, registou, até agora, 13 casos do vírus.
António Franco, treinador de futebol numa academia em Changzou, na China, trabalha com crianças e jovens entre os 4 e os 13 anos e explica à TSF que muitas das atividades desportivas foram suspensas até fevereiro. "Estava previsto regressarmos ao trabalho no sábado, mas por imposição do governo as atividades estão suspensas e ainda não se sabe ao certo as novas datas", revela.
Ainda sobre o dia-a-dia dos moradores de Changzou, António Franco diz que é uma "situação angustiante, assustadora e aquilo que antes eram ruas cheias de trânsito, agora é apenas uma cidade fantasma."
A realização do Campeonato Mundial de Atletismo em Pista Coberta na cidade chinesa de Nanquim, que tinha início dia 12 de março, também pode estar em risco. A informação que chega a Portugal sobre a prova não é clara, o que preocupa Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo.
Em conversa à TSF, Jorge Vieira explica que a Federação Internacional ainda não tomou uma decisão e admite que esta é uma "situação preocupante quer desportivamente mas mais ainda na questão de saúde, que se sobrepõe a qualquer outra." O presidente da Federação diz ainda que alterar o local do campeonato é "impensável" e acredita que "a solução que está em cima da mesa poderá ser anular a prova".
Medidas tomadas pelas autoridades chinesas para os eventos desportivos nacionais e internacionais
A Associação de Futebol da China (CFA) adiou, para uma data indefinida, a Supertaça do país, que estava marcada para dia 5 de fevereiro, devido aos efeitos do coronavírus. A competição ia ser disputada em Jiangsu, cidade que já registou nove casos de infeção até ao momento.
Os jogos da Super Liga, que têm início no dia 22 do próximo mês, também podem vir a ser adiados, mas ainda não há datas certas.
No que diz respeito à Liga dos Campeões asiática, a Confederação de Futebol da Ásia confirmou que os jogos iam continuar a decorrer, embora com medidas preventivas. Esta manhã, o Shanghay SIPG, clube treinado pelo português Vitor Pereira, venceu por 3-0 o Buriram United, jogo do play-off da Liga dos Campeões, num estádio sem adeptos. Até agora, Xangai, a cidade mais populosa da China, registou 13 casos do vírus.
A Confederação Asiática de Futebol também confirmou que o torneio Pré-Olímpico de futebol feminino vai ser transferido de Nanjing, na China, para Sydney, na Austrália. Esta prova de acesso aos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 estava inicialmente marcada para Wuhan, cidade chinesa onde foi detetado o novo vírus.
Para além do futebol feminino, há outros eventos de qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, marcados para fevereiro e março, que foram obrigados a deslocarem-se para outros países.
O Pré-Olímpico de Boxe da Ásia e Oceânia, que também se ia realizar na cidade de Wuhan, foi transferido para Amã, capital da Jordânia.
A União Ciclista Internacional (UCI) anunciou que a Volta a Hainan em ciclismo, que estava marcada para o final do próximo mês, também foi adiada para data a anunciar.
Com os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 à porta, a China tem vindo a tomar medidas rígidas no que toca aos eventos desportivos, de modo a evitar a propagação das doenças.