O Sporting apurou-se, esta noite para os quartos de final da Liga Europa, apesar de ter perdido em casa do Manchester City por 3-2, em jogo da segunda mão dos oitavos de final da prova.
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A forma como os "leões" abordaram o jogo, respirando confiança e personalidade, foi determinante para o desfecho da eliminatória, quando se esperava que o Manchester City entrasse dominante e a pressionar intensamente, tentanto anular a desvantagem de 1-0 trazida da primeira mão.
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O Sporting controlou o jogo durante o primeiro quarto de hora, perante um City incapaz de assentar o seu jogo, a perder facilmente a bola, muito por mérito dos "leões", a jogarem sem medo, com as linhas subidas no terreno, a pressionar o portador da bola, a saber trocá-la quando a recuperavam e sair a jogar com objetividade.
Essa atitude ousada baralhou o City, que levou muito tempo a organizar-se e a desbobinar o seu jogo habitual, o que foi aproveitado pelo Sporting para se colocar em vantagem aos 33 minutos, por Matías Fernandez, na execução perfeita de um livre direto.
De resto, nesse lance, o Sporting fica em dívida com Balotelli, por ter feito uma falta perfeitamente escusada sobre Insúa, em zona proibida à entrada da área, sujeitando a sua equipa a um risco, que acabou por ter consequências.
Quando o City começava a equilibrar-se e a chegar à área "leonina" com algum perigo, o Sporting tirou mais uma vez partido de alguma desorientação dos ingleses e do seu balanceamento ofensivo, para, numa rápida transição ofensiva, chegar ao segundo golo, só possível devido ao génio de Izmailov, com um passe magistral para Wolfswinkel "encostar" para o 2-0.
A situação ao intervalo era preocupante para o City, que precisava de marcar quatro golos para dar a volta à eliminatória e mais ficou quando o Sporting voltou a ter uma entrada forte no jogo, a controlar a posse de bola e a quebrar o ímpeto dos ingleses.
Mancini resolveu lançar toda a sua "artilharia" em campo, com a entrada de Dzeko, aos 55 minutos, para se juntar a Aguero e Ballotelli na frente de ataque, numa jogada de "tudo ou nada".
A verdade é que cinco minutos depois, os ingleses chegaram ao golo, numa excelente jogada culminada por Aguero, com a eficácia correspondente à qualidade que se lhe reconhece.
Um dos pontos fortes desta equipa do City é, além da qualidade individual que caracteriza o plantel, justamente a eficácia, como tão amplamente demonstrou na eliminatória anterior frente ao FC Porto.
Sá Pinto pressentiu o perigo e sentiu a necessidade de assumir a defesa da vantagem, ao trocar Matias por Renato Neto, na mesma altura em que lançou Jeffren para o lugar de Capel, esta uma substituição direta e sem o caráter tático da primeira.
A verdade é que Renato Neto acabaria por estar diretamente ligado ao sufoco que o Sporting viveu no último quarto de hora, ao protagonizar uma entrada imprudente, um "carrinho" sobre Aguero, aos 75 minutos, que provocou uma grande penalidade evitável e o restabelecimento do empate (2-2).
A partir daí, o City precipitou-se "com tudo" sobre a grande área do Sporting, numa altura em que as circunstâncias exigiam aos seus jogadores espírito de sacrifício e capacidade de sofrimento para resistir à "avalanche" inglesa.
Era crucial preservar o 2-2 o mais tempo possível, mas Aguero, de novo, após um desvio ao primeiro poste, na execução de um canto, colocou o City em vantagem e a um escasso golo do "passaporte" para os quartos de final.
Faltavam oito minutos do tempo regulamentar e mais cinco do prolongamento para o Sporting "arregaçar as mangas" e saber sofrer para garantir a qualificação, o que veio a conseguir com indiscutível mérito, mas também alguma sorte, quando Balotelli aos 88 minutos cabeceou ao lado do poste em excelente posição e quando o guarda-redees Joe Hart foi à área "leonina", nos derradeiros segundos do tempo de compensação, obrigar Rui Patrício a desviar milagrosamente a bola com a ponta dos dedos.
Ficha do jogo no Estádio Ethiad, em Manchester:
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0-1, Matías Fernandez, 33'
0-2, Wolfswinkel, 40'
1-2, Aguero, 60'
2-2, Balotelli, 75' (grande penalidade).
3-2, Aguero, 82'
Equipas:
- Manchester City: Joe Hart, Richards, Kolo Touré, Savic, Kolarov, Pizarro (Dzeko, 55), Yaya Touré, David Silva (Nasri, 66), Adam Jonhson (De Jong, 46), Aguero e Balotelli.
Suplentes: Pantilimon, Clichy, Nasri, Milnei, De Jong, Roman e Dzeko
- Sporting: Rui Patrício, Pereirinha, Xandão, Polga, Insúa, Daniel Carriço, Schaars, Izmailov, Matías Fernandez (Renato Neto, 64), Capel (Jeffren, 64) e Wolfswinkel (Carillo, 68).
Suplentes: Marcelo Boeck, Evaldo, André Santos, Renato Neto, Carrillo, Jéffren e Diego Rubio
Árbitro: Tom Harald Hagen (Noruega).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Yaya Touré (13), Kolarov (23), Matías Fernandez (27), Daniel Carriço (62), Savic (73), Ballotelli (90+1) e Polga (90+1).