O Sporting apela ao fim da violência no desporto.
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O Sporting defendeu esta quinta-feira a necessidade de se erradicar a violência do desporto português, considerando que a invasão à academia do clube em Alcochete foi o "dia mais negro" da sua história.
"Numa altura em que chega ao fim o processo de invasão à Academia Sporting, em Alcochete, o Sporting Clube de Portugal apela à sociedade e ao Estado português para que não se voltem a repetir momentos como este, que em nada dignificam o desporto em geral e o futebol em particular", refere o clube em comunicado.
O clube salienta que o caso marcou "indelevelmente" o Sporting e os seus adeptos, explicando que teve "consequências muito nefastas para todos, que chocaram o Mundo".
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"Passados dois anos desde o dia mais negro da história do Sporting Clube de Portugal, o clube vai continuar a lutar pelos seus valores e continuar a fazer eco, junto das entidades competentes, acerca da importância de erradicar este tipo de comportamentos", frisa o documento.
O Sporting defende ainda que o desporto deve ser um espaço "saudável e não de violência gratuita e criminalidade".
"É importante que todo o mundo do desporto se una para que estes acontecimentos não voltem a repetir-se. Sporting sempre, Alcochete nunca mais", conclui.
Antigo presidente absolvido das acusações
O antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho foi absolvido da autoria moral da invasão à Academia do clube, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, no processo que decorreu no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
Na leitura do acórdão, que decorreu no tribunal de Monsanto, em Lisboa, o coletivo de juízes, presidido por Sílvia Pires, considerou que não foram provados factos contra Bruno de Carvalho, que liderou os 'leões' entre 2013 e 2018.
Igual conclusão tiveram sobre o líder da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, e sobre o ex-Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do clube Bruno Jacinto, que, tal como o antigo presidente, estavam acusados da autoria moral da invasão.
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O processo do ataque à Academia - onde, em 15 de maio de 2018, jogadores e equipa técnica do Sporting foram agredidos por adeptos ligados à claque leonina Juve Leo -, tinha 44 arguidos, acusados de coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
O processo, que pertencia ao Tribunal de Almada, começou a ser julgado em 18 de dezembro de 2019 pelo coletivo de juízes presidido por Sílvia Pires, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, por questões logísticas e de segurança.
Todos os arguidos aguardavam a leitura do acórdão em liberdade - alguns com termo de identidade e residência, apresentações semanais e proibição de frequentarem recintos desportivos -, depois de muitos terem estado em prisão preventiva.