A Federbet, organismo que vigia as apostas online, entregou hoje um relatório em que constata que o fenómeno dos jogos viciados cresceu na última temporada na Liga portuguesa e refere um jogo em particular, o Benfica-Penafiel.
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Contactado pela TSF, o presidente do Penafiel classifica a suspeita de "autêntica estupidez". Gaspar Dias conta que recebeu a notícia "com alguma estupefação e com algum riso", mas garante que no clube estão "tranquilos e serenos" e que o Penafiel vai aguardar o contacto da Federbet para saber o resultado da investigação.
A TSF contactou o Benfica, que não comenta. Contactada também pela TSF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) garante que está "a acompanhar a situação, nomeadamente as notícias vindas a público, com vista a ponderar os procedimentos que se mostrem adequados".
A Liga de Clubes fez entretanto saber que repudia comportamento da Federbet, anunciando uma participação à PGR.
Diz o organismo presidido por Luís Duque que a Federbet tem vindo a oferecer, sem sucesso, os serviços à Liga e clubes por quantias incomportáveis.
A Liga diz que a fórmula que tem vindo a ser utilizada pela Federbet é um meio de pressão absolutamente repudiável. Devia sim, defende a Liga, denunciar às autoridades competentes a suspeição de comportamentos criminais.
Anota publicada no site da instituição termina com o anúncio da apresentação ainda hoje uma participação junto da Procuradoria da República, dando conhecimento das notícias publicadas mas também do comportamento reprovável da Federbet.
O relatório da Federbet classifica a II Liga do futebol português como uma competição "doente". "A minha opinião muito honesta sobre Portugal é que o campeonato da II Liga é doente. É um dos campeonatos mais perigosos neste momento", porque é "importante, atrai muito dinheiro", e "o passo para a I Liga é muito fácil", disse à Lusa o secretário-geral da Federbet, Francesco Baranca.
O relatório constata que é em Portugal que o fenómeno dos jogos viciados mais cresceu na última temporada. Refere, como exemplo, um jogo da I Liga, precisamente o Benfica-Penafiel, a 9 de maio passado, que terminou com uma goleada dos "encarnados" por 4-0, onde foi registado um movimento anormal de apostas online.
Francesco Baranca sublinha que um resultado viciado não significa que todos os intervenientes tivessem conhecimento de o desfecho ter sido combinado para fins de apostas, afirmando que "provavelmente o Benfica até foi vítima" de corrupção.
No relatório, o organismo que vigia as apostas online, estima que, dos cerca de 40 milhões de euros apostados por jornada nas duas principais ligas portuguesas de futebol, cinco milhões sejam "apostas sujas", ou seja, com conhecimento de resultados viciados.