Talvez em abril. Famalicão e Sporting têm de esperar porque “regulamento não obriga a data limite precisa”
O calendário do Sporting não permite acomodar, nas próximas semanas, o jogo adiado com o Famalicão.
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O Famalicão vai ter de esperar pela prestação do Sporting na Liga Europa para acertar calendário na liga. Do lado dos leões, há que esperar por um buraco no calendário apertado dos meses de fevereiro, março e abril para repor o jogo deste sábado que teve de ser adiado por falta de policiamento.
Lúcio Correia, professor de Direito do Desporto da Universidade Lusófona, não encontra outra solução, porque, como explica na TSF, “o regulamento não obriga a uma data limite precisa - apenas há limitações para as últimas jornadas".
O jogo foi adiado porque não existiam agentes policiais suficientes para garantir a segurança obrigatória no estádio em Famalicão e “o que o regulamento refere é a imediata realização do jogo no dia imediatamente a seguir. Por razões de segurança, alheias à vontade dos clubes e da própria liga, essa data acabou por não se concretizar”, aponta.
“Há que tentar encontrar um acordo entre os clubes tendo em conta o difícil calendário do Sporting, com jogos sucessivos ao fim de semana e a meio da semana, em especial no mês de fevereiro”, explica, e “há que aguardar pelo desenvolvimento do calendário. É óbvio que não é uma situação agradável para ninguém (...) A liga e a federação estão dependentes da questão das forças de segurança e os clubes são apanhados por tabela”.
Mas o acordo não é fácil e o calendário está preenchido.
“O regulamento não obriga a uma data limite precisa - apenas há limitações para as últimas jornadas -, e por isso prevejo que a situação só possa ser concretizada por mútuo acordo entre os clubes. A liga deve indicar a ambos os clubes qual a data previsível, o que deve acontecer lá mais para março, também dependendo da participação do Sporting nas provas europeias e na Taça de Portugal. Esta é uma situação que não pode ficar resolvida já”, esclarece.
No final do mês de fevereiro há um jogo das meias-finais da Taça de Portugal que poderia ser levado para outra data (isto caso o Sporting vença a União de Leiria no jogo desta quarta-feira, 6 de fevereiro), mas esse é também um cenário improvável.
“É difícil por uma razão simples: a questão da Taça de Portugal não depende só do Famalicão e do Sporting, depende também do clube que irá jogar com o Sporting, no caso a União de Leiria, e, caso passe, do Benfica ou do Vizela. Não estamos a falar de uma situação que depende de dois clubes, mas sim de terceiros", porque "nesse caso a competição é organizada pela federação e não pela liga”.
Mas pode o Governo intervir para garantir a realização dos jogos do futebol profissional? “Eventualmente numa situação de requisição pública, impondo-se, ou então facilitando o número de efetivos necessários para o policiamento. Esta última não é uma boa situação porque implicaria a não criação de condições de segurança num mês de fevereiro com jogos importantes, jogos de alto risco. E por isso, acredito, também as forças de segurança se fazem ouvir e sentir o seu descontentamento. Vamos ter muitos jogos complexos em que a intervenção das forças de segurança é essencial. Este é o culminar de uma situação que se arrasta há muito tempo.”
Basta olhar para o calendário e fazer algumas contas: Sporting e Benfica podem jogar nas meias-finais da Taça de Portugal - caso passem por União de Leiria e Vizela - já no final do mês de fevereiro.
O Sporting recebe também em Alvalade o SC Braga nas próximas semanas.