Não foi há muito tempo. Ainda há quatro anos, o Leipzig andava pela terceira divisão alemã. Subiu à Bundesliga a temporada passada e esta terça-feira defronta o FC Porto na Liga dos Campeões.
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"Ainda há quatro anos os defrontei na terceira divisão alemã", conta na TSF Amaury Bischoff, internacional português pelas camadas mais jovens, atual jogador do Hansa Rostock da Alemanha.
Muitos podem estar surpreendidos com a ascensão meteórica do clube que esta terça-feira defronta o FC Porto, mas não é o caso de Amaury. Quando na altura defrontou o RB Leipzig, com a camisola do Preussen Munster, já adivinhava que um gigante iria nascer. "Eles tinham muito dinheiro. Ainda hoje têm na equipa principal quatro jogadores que jogaram contra mim na terceira divisão. O Joshua Kimmich [jogador do Bayern de Munique], por exemplo, também era jogador deles.
O RB Leipzig é ainda uma pequena criança no futebol, mas com um crescimento acelerado. O clube nasceu em 2009, mas tem raízes da década de 90 com a queda do Muro de Berlim e a Unificação da Alemanha. A Red Bull comprou o Markranstädt, um clube da quinta divisão, com a intenção de o levar até à Bundesliga no prazo de dez anos. Conseguiu em menos de oito.
Foi preciso a marca de bebidas energéticas comprar a licença de um clube, mudar-lhe o nome, investir, "ocupar" um estádio e devolver o futebol ao leste da Alemanha.
Amaury Bischoff, nascido em Portugal, está há muitos anos na Alemanha, daí as sérias dificuldades em se expressar [como se percebe na conversa] diz que o clube não vai ficar por aqui: "Eles têm muito dinheiro, vai ser um clube Top 3".
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O Leipzig tomou ainda conta do estádio da cidade que estava praticamente vazio desde o Mundial de 2006. Chamou-lhe Red Bull Arena, "claro", diz Amaury Bischoff. Um estádio parecido até com o Dragão, o mesmo que Sérgio Conceição ontem elogiou.
Li estes últimos dias que Leipzig é o clube mais odiado da Alemanha, talvez pela falta de tradição ou crescimento rápido. Os protestos são uns atrás dos outros, apenas varia a originalidade. A época passada, o Borussia de Dortmund recusou que o símbolo aparecesse em cachecóis alusivos ao jogo, ao lado do emblema adversário. Há pouco tempo, também, adeptos do Hoffenheim escreviam numa tarja: "Queremos o trono de volta: o clube mais odiado da Alemanha".