Em entrevista à TSF, o treinador do Lusitano de Évora recorda a festa dos adeptos do histórico clube alentejano pela subida à Liga 3. Pedro Russiano agradece o esforço da direção e dos jogadores para devolver o clube aos palcos principais
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Em Évora, a festa verde e branca veste-se às riscas. No mesmo fim de semana em que o Sporting Clube de Portugal conquistou o título da I Liga, o Lusitano de Évora confirmou a subida à Liga 3, duas jornadas antes de fechar as contas da fase final. O treinador tem agora um novo objetivo para colar no calendário.
Pedro Russiano lembra na TSF que, cumprido este objetivo, nasce um outro: o clube tem agora um bilhete para a final do Campeonato de Portugal, no Jamor, a possibilidade de jogar por um título no palco maior do futebol português a 14 de junho.
“Esta não foi uma festa contida [risos]. Foi um momento para celebrar um objetivo de época. O grande objetivo era a subida à Liga 3, apesar de ao longo da temporada termos definido outros objetivos, como a Taça de Portugal com a chegada aos oitavos de final. Agora queremos conquistar a final [do Campeonato de Portugal] no Jamor”, aponta o técnico.
O Lusitano de Évora venceu em Fátima por 1-0 para confirmar a subida, numa sequência de quatro vitórias consecutivas no apuramento de subida. Folha limpa nos duelos com o Elvas, Grupo Desportivo de Fátima e Amora que faz o treinador recordar o esforço da estrutura para fixar no Alentejo os jogadores do atual plantel.
“O Lusitano é um clube histórico, que esteve 14 anos na primeira liga. Os sócios ainda se lembram daquilo que era o clube. O clube esteve na segunda distrital, passou por dificuldades, mas com a nova direção, com o presidente Pedro Caldeira, tudo tem regressado ao normal. A presença dos adeptos foi uma constante, em vários estádios, também no velhinho Campo Estrela”, lembra o treinador de 40 anos.
As viagens até à zona de Lisboa são uma rotina para alguns dos atletas e um esforço suplementar para todos no clube.
No futebol há muitos clubes históricos que se têm perdido. Deve-se muito a problemas financeiros. No nosso caso, pela região onde estamos, o Alentejo, nem sempre é fácil. Mas há um esforço da direção, mas também dos jogadores. Tenho atletas que fazem a viagem todos os dias de Lisboa para Évora. Isso mostra uma grande dedicação dos jogadores ao clube
É mais difícil esta situação quando o clube procura quem garanta experiência para o balneário.
Tenho três jogadores que fazem constantemente estas viagens. Também elementos da equipa técnica que o fazem. Nós tentamos ao máximo colocar os jogadores a viver em Évora. Mas sabemos que, sobretudo atletas mais experientes, que têm as vidas mais estabelecidas, muitas vezes não querem sair das zonas onde vivem. E muitas vezes são esses os jogadores que acabam por ser decisivos nestes escalões como o Campeonato de Portugal. Mas a direção tem feito um grande esforço para criar as melhores condições aos jogadores. E quando isto é feito, há mais possibilidades de sucesso
Mas pode o Lusitano Ginásio Clube resistir na Liga 3? “O clube já está preparado”, garante o treinador. “O clube tem uma academia com dois sintéticos e um campo de relva natural. Neste momento ainda jogamos no Campo Estrela e, possivelmente, vamos continuar a jogar ali na próxima época. Mas temos de nos preparar para a exigência da Liga 3, mas o clube tem se estado a estruturar para tornar as coisas mais fáceis.”
O convívio com outros clubes históricos, como a Académica de Coimbra ou Os Belenenses, é um aliciante para 2025/2026. Até lá, o Lusitano tem ainda três jogos, o último no Jamor, um palco com o qual sonhou ao longo desta temporada no percurso na Taça de Portugal, que durou até aos oitavos de final, e à derrota com o Sporting Clube de Braga (2-1). Mas a partir de Évora há caminhos alternativos para o sucesso.