As águias asseguram que os contratos para a transferência de jogadores celebrados com o Desportivo das Aves cumprem todas as regras. Garantem ainda as clausulas previstas são prática recorrente por outros clubes na I Liga, mas também nos principais campeonatos europeus.
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O Benfica garante que os contratos com o Desportivo das Aves referidos as investigação do jornal Público são legais que as águias cumpriram todas a regras nos negócios com o clube avense. Em comunicado publicado no site do clube, o Benfica considera a notícia do Público uma "inaceitável tentativa de manipulação da opinião pública e um exemplo flagrante de distorção de factos e de contratos legais".
"Os contratos referidos nas respetivas notícias são totalmente legais, transparentes e compatíveis com toda a legislação geral e regulamentos desportivos que gerem este tipo de relações comerciais", começa por explicar o Benfica.
"As cláusulas de recompra e "antirrivais" que sustentam as insinuações feitas da existência de uma relação de dependência, são prática generalizada, comum e recorrente em todo o mundo do futebol", notam ainda as águias.
Para os encarnados, "o destaque dado pelo jornal e o timing escolhido foram uma intencional tentativa de desviar atenções a problemas complexos de promiscuidade política na lista para os órgãos sociais do FCP e decisões de gestão pública, que neste momento estão em curso, como a oferta de terrenos em processos já com a intervenção dos novos eleitos para o clube".
O Benfica crítica ainda a utilização de citações de juristas especialistas em direito desportivo sem os identificar. "Invoca factos e contratos que são legais e transforma-os em suposto escândalo. Pelo meio, citam especialistas e juristas que não são identificados? Porquê? Porque ficam no anonimato? Não são fontes, são especialistas! Porque não são identificados?", questionam as águas.
Clausulas dos contratos com o Aves
Sobre os contratos citados pelo jornal Público, o Benfica explica que "as cláusulas denominadas de antirrivais são usadas em todo o mundo, especialmente em Espanha e na Premier League", sobre os jogadores vendidos ao Aves que ficam impedidos de assinar pelos rivais diretos do Benfica.
"Estas cláusulas não limitam, de que forma seja, a liberdade de trabalho do jogador", garantem ainda as águias.
Já sobre a posição de Paulo Gonçalves, o Benfica esclarece que este "não é secretário da SAD desde 31.07.2009 ao contrário do que, de forma falsa, insinua a notícia publicada no domingo". As águias explicam ainda que Paulo Gonçalves intermediou a transferência de Luquinhas (ex-Benfica) do Aves para o Légia de Varsóvia, mas os serviços foram pagos pelo clube polaco.
Os encarnados explicam ainda que só foram contactados pelo jornal na tarde anterior à publicação da notícia, o que, segundo o clube da Luz, "diz tudo sobre a agenda por trás desta encomenda, que nada tem a ver com a exigível responsabilidade de informar com rigor e seriedade e depois de uma investigação minimamente cuidada. A urgência era ter um determinado efeito mediático para interesses que obviamente nada têm a ver com questões editoriais".
Aves garante estar disponível para colaborar com as autoridades
SAD do Desportivo das Aves mostrou-se este domingo "totalmente disponível" para colaborar com a justiça no "apuramento de responsabilidades" das administrações anteriores na gestão do último classificado da I Liga de futebol.
"Na sequência das notícias dos últimos dias, que envolvem a SAD do CD Aves, a atual administração garante estar totalmente disponível para colaborar com a justiça no apuramento de responsabilidades, de modo a repor o seu bom nome. Atenta ao evoluir da situação, a SAD do CD Aves tinha já pedido uma auditoria externa ao exercício de administrações anteriores, que tem na sua posse e que está a ser analisada para eventual apuramento de responsabilidades", lê-se em comunicado publicado no sítio oficial dos nortenhos na Internet.
Uma investigação publicada no sábado pelo jornal Público denuncia "acordos secretos" e "à margem da lei" entre Benfica e Desportivo das Aves para a troca de atletas, assentes em "negócios duvidosos, contratos com adendas leoninas e relações de subalternidade", acentuados desde a compra de 90% da SAD nortenha pela empresa Galaxy Believers.
Segundo o jornal Público, os dois clubes primodivisionários abriram uma "conta corrente oficiosa" e o Aves chegou a dever "dois milhões de euros em direitos económicos de passes de jogadores", numa dívida que estará agora nos 786.500 euros, enquanto os 'encarnados' cediam atletas sem "custos aparentes", mas com "contratos lesivos" para a formação de Santo Tirso.