Toni, José Augusto, Luís Filipe Viera e Bruno de Carvalho lembram Mário Wilson
Tóni recorda na TSF porque era chamado por Mário Wilson de "meu filho branco". José Augusto lembra Mário Wilson como treinador e jogador.
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Toni emocionou-se hoje a falar de Mário Wilson, considerando tratar-se de uma "figura incontornável" do futebol português e o seu "segundo pai", perante cuja memória se verga.
Toni lembra que Mário Wilson "mudou toda a minha vida e a carreira" ao levá-lo de Anadia para Coimbra e depois ao treiná-lo no Benfica.
"Era um homem bom, uma figura incontornável do desporto português. Um treinador que marcou os jogadores que treinou e que partiu. O seu 'filho branco' verga-se perante aquele que foi o seu segundo pai", comentou Toni, com a voz embargada, em declarações à TSF.
"As últimas palavras que ouvi dele, há pouco tempo, foram de saudação, já com a voz muito embargada: Toni, Toni, Toni. Há muito tempo que o 'capitão' caminhava para o fim e o meu receio é não ter palavras que traduzam o que sinto por alguém que, se não fosse ele, não estaria aqui", recordou o também treinador.
José Augusto
José Augusto, antigo jogador do Benfica começou por conhecer Mário Wilson, no campo, como adversário.
José Augusto ainda estava no Barreirense, jogava a extremo-direito e muitas vezes cruzava-se
com Mário Wilson, que jogava a central na Académica, (depois de ter sido campeão no Sporting
e de ter sido ponta-de-lança), isso intrigava os companheiros e amigos, recorda José Augusto
Mário Wilson tirou curso em Coimbra e foi para a Académica. Na cidade dos estudantes partilhou a mesma República de vários políticos, como Almeida Santos, por exemplo.
Como treinador e líder tinha sempre uma palavra ou um pensamento ímpar e brincalhão ,
lembra José Augusto.
Luís Filipe Veira
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira destacou a dimensão humana de Mário Wilson, "uma figura ímpar do Benfica e do futebol português" e "um exemplo", que hoje morreu.
"Foi com o mais profundo pesar que tomei conhecimento do falecimento do nosso grande 'capitão' Mário Wilson. Uma figura ímpar do Benfica e do futebol português e uma enorme perda para toda a família benfiquista e para a lusofonia", pode ler-se na nota assinada pelo presidente benfiquista, publicada na página oficial do clube.
Luís Filipe Vieira defendeu que "um ser humano com um coração tão grande" nunca deveria morrer. "Razão pelo qual permanecerá sempre na nossa memória como um caso raro de entrega e paixão ao fenómeno desportivo. Pela sua humildade e disponibilidade para o próximo será sempre um exemplo", prosseguiu.
Bruno de Carvalho
O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, definiu Mário Wilson, que hoje morreu, como "um cavalheiro" que deixou a sua marca, quer como futebolista, quer como treinador, nos clubes pelos quais passou.
"Era reconhecidamente um cavalheiro que, como atleta e treinador, passou por inúmeros clubes deixando sempre a sua marca. Foi o que aconteceu também no Sporting onde, nas épocas de 1949/50 e 1950/51, contribuiu para a conquista de um título de campeão nacional", destacou o presidente 'leonino', na sua página no Facebook.
Considerando Mário Wilson como "uma figura de referência do futebol nacional", Bruno de Carvalho recordou a longa carreira como treinador do 'velho capitão', que alcançou o topo desempenhando o cargo de selecionador nacional.
"À família de Mário Wilson manifesto o meu profundo pesar e as mais sentidas condolências", concluiu.
Também o Sporting, no seu sítio oficial na Internet, manifestou "o mais profundo pesar pelo desaparecimento de Mário Wilson, figura incontornável e de referência do futebol português".
Governo
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, lamentaram hoje a morte de Mário Wilson, considerando-o como "uma das grandes referências do futebol nacional".
"Com um percurso marcante ligado, em especial, ao Sport Lisboa e Benfica -- que fica indubitavelmente mais pobre -- como futebolista, o 'velho capitão' foi também uma referência na Académica de Coimbra, bem como campeão nacional pelo Sporting Clube de Portugal", pode ler-se na nota tornada hoje pública pelo gabinete do ministro da Educação.
Na mesma referem, ainda, que o antigo futebolista, treinador e selecionador nacional "é um nome que se confunde com as conquistas futebolísticas de outros tempos" e endereçam aos amantes do futebol e à família de Mário Wilson, "o moçambicano que Portugal acolheu com carinho e orgulho", as mais sentidas condolências.
Mário Wilson morreu hoje, aos 86 anos, anunciou o Benfica, no qual se tornou no primeiro treinador português a conquistar o título de campeão nacional, em 1975/76, vencendo ainda as Taças de Portugal de 1979/80 e 1995/96.
FPF
O Presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) enalteceu hoje a superior conduta ética e moral de Mário Wilson, o 'velho capitão' que construiu "uma carreira quase ímpar no futebol português, quer como jogador quer como treinador".
"Foi com grande tristeza que recebi a notícia da morte de Mário Wilson. Pessoa de uma bonomia e trato ímpares, o 'velho capitão' - como todos os que dele gostavam se habituaram a tratá-lo -- construiu uma carreira quase ímpar no futebol português, quer como jogador quer como treinador", começou por dizer Fernando Gomes, em comunicado publicado na página da FPF.
O presidente da entidade que tutela o futebol nacional recordou as passagens de Mário Wilson pelo Desportivo de Lourenço Marques, Sporting, Académica, Benfica, Vitória de Guimarães, Boavista, Belenenses e Estoril-Praia, entre vários outros clubes, considerando que o seu percurso sublinha "a grandeza de quem também demonstrou o seu valor como técnico e as suas inegáveis qualidades humanas como selecionador nacional".
"Mário Wilson ganhou inúmeros campeonatos e Taças, marcou muitos golos, orientou muitas vitórias, deu-nos muitas alegrias mas, acima de tudo, conquistou o respeito de todos os que com ele conviviam pela sua superior conduta ética e moral", prossegue a nota.
Fernando Gomes refere ainda que "nesta hora amarga e de luto do futebol nacional e do país", fica a certeza de que o legado de simplicidade, sabedoria e retidão de Mário Wilson vai perdurar.